A defesa do general da reserva do Exército Mário Fernandes solicitou a absolvição do militar durante a sustentação oral no julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O general é um dos seis réus do Núcleo 2 da trama golpista que está sendo julgado nesta terça-feira, 9 de dezembro de 2025.
Durante o governo Bolsonaro, Mário Fernandes ocupou o cargo de secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Negação do Plano “Punhal Verde e Amarelo”
A Polícia Federal (PF) acusa o general de ter sido o responsável por elaborar o arquivo de Word intitulado “Punhal Verde e Amarelo”. Segundo a PF, o documento continha um planejamento “voltado ao sequestro ou homicídio” do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin.
O advogado de defesa, Marcos Vinicius Figueiredo, negou a existência do documento.
“Não quero entrar na questão moral ou ética do conteúdo desse documento. Mas, de fato, esse documento não existiu, excluído na teoria dos antecedentes causais”, afirmou o advogado.
A defesa também negou que o documento tenha sido impresso em três vias e levado para o ex-presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, conforme a acusação da PGR.
Aval de Bolsonaro
Apesar de negar a existência do plano, a PF afirma que o general Mário Fernandes teria dito em áudio para Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que o ex-presidente deu aval para um plano golpista que poderia ocorrer até 31 de dezembro de 2022, o último dia de seu mandato.
O advogado Figueiredo defendeu que o general não demonstrou conduta concreta para “aniquilar e participar do aniquilamento” de autoridades.
O Núcleo 2 da Ação Penal
O general Mário Fernandes é acusado, junto com os demais réus, pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.
Além de Mário Fernandes, são réus no Núcleo 2:
Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais;
Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro;
Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF;
Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça;
Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça.












































