A prisão preventiva de Bolsonaro determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), gerou intensos debates neste sábado (22). O advogado criminalista rondoniense Samuel Costa analisou os aspectos legais da medida, que estabelece o recolhimento imediato do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, a ser cumprido pela Polícia Federal sem uso de algemas e sem exposição midiática.
Segundo Costa, a legalidade da prisão preventiva está condicionada aos requisitos previstos no Código de Processo Penal, como risco à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal. Ele destaca que decisões dessa natureza devem ser “amparadas em elementos robustos e devidamente demonstrados nos autos”, preservando o devido processo legal.
Transparência é essencial em decisões envolvendo figuras públicas
O criminalista explica que o caso ganha ainda mais relevância por envolver um ex-chefe de Estado. Para ele, medidas cautelares extremas exigem fundamentação clara e transparente.
“Quando o alvo é uma figura pública de grande relevância nacional, o escrutínio jurídico e social é naturalmente maior. A legalidade da prisão dependerá do grau de comprovação das condutas imputadas e da real necessidade da medida”, afirmou.
Costa também comentou o trecho do mandado que determina a prisão sem exposição midiática e sem algemas, salvo em situações excepcionais. O advogado avalia que esse cuidado demonstra compreensão de que o processo penal não pode ser usado como “instrumento de humilhação pública ou espetáculo”.
Debate jurídico deve se manter separado da disputa política, afirma advogado
Apesar da repercussão nacional, o advogado alerta que é fundamental distinguir a análise jurídica do ambiente político.
“É natural que decisões dessa natureza provoquem reações acaloradas, mas o debate precisa permanecer no campo da legalidade. É isso que garante estabilidade institucional e preservação dos direitos fundamentais, independentemente de quem seja o investigado”, pontuou.
STF deve analisar contestações nos próximos dias
Para Samuel Costa, o Supremo Tribunal Federal deve enfrentar uma série de contestações à decisão ao longo da próxima semana. “O país viverá momentos de intensa análise jurídica. Caberá às cortes superiores confirmar ou rever a medida, sempre à luz da Constituição”, concluiu.
A prisão preventiva de Bolsonaro abre mais um capítulo de tensão institucional no país, enquanto especialistas continuam avaliando a conformidade da decisão com o ordenamento jurídico brasileiro.










































