A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), dedicou a segunda-feira (17) à infância, trazendo crianças e jovens para os corredores do evento. Com o tema em foco, os debates e negociações ganharam a perspectiva de quem mais se preocupa com o futuro do planeta.
Sofia de Oliveira, paulista de 15 anos, resumiu a preocupação da juventude: “Se a gente não conseguir atingir as metas necessárias, o planeta vai se deteriorar e nós, que somos crianças, não vamos conseguir ter um futuro que a gente realmente gostaria, com paz entre as pessoas e a natureza”.
A urgência climática é percebida em diferentes realidades. Na Tanzânia, Georgia Magessa, de 11 anos, relatou que o calor dificulta o brincar em áreas abertas e a ida à escola, afetando especialmente crianças vulneráveis. Georgia fundou uma organização para engajar outras crianças em ações climáticas no seu território, como o plantio de árvores e a limpeza de praias.
Na Amazônia, André da Luz, de 17 anos, notou a mudança no regime de chuvas em Belém e Cametá: “Agora destoou muito que era antes. A gente observa que fica muito mais quente ou muito mais frio e chove muito mais.”
MiniCops e Participação Estratégica
Sofia, Georgia e André integram o movimento MiniCops, criado pela presidência da COP30 em parceria com o Instituto Alana para garantir a participação ativa das crianças no processo multilateral. O movimento faz parte da estrutura do Balanço Ético Global e é liderado pela campeã da juventude para a COP30, Marcele Oliveira.
O gestor de Natureza do Instituto Alana, JP Amaral, destacou que a iniciativa visa trazer a voz das crianças para o espaço de negociação “não apenas para uma foto, mas realmente com representatividade e participação no processo”.
Um estudo da organização demonstrou o avanço do tema: enquanto apenas duas menções à infância foram registradas até a COP16, foram contadas 77 menções nos últimos seis anos.
Apesar dos progressos, a expectativa é que esta COP30 avance ainda mais, garantindo que as crianças sejam uma “consideração primordial” e que a linguagem da Convenção dos Direitos das Crianças seja reconhecida de forma transversal em todas as decisões que saírem, como as de transição justa e adaptação.









































