O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, avaliou neste sábado (15) que a decisão dos Estados Unidos de reduzir as tarifas de importação sobre cerca de 200 produtos alimentícios é “positiva” e representa um passo na direção correta.
A declaração de Alckmin, feita no Palácio do Planalto, ocorreu após o anúncio da retirada da tarifa global de 10%, conhecida como “taxa de reciprocidade”, imposta pelo governo Donald Trump em abril de 2025.
Distorções persistentes
Apesar da redução, o vice-presidente destacou que a permanência da sobretaxa adicional de 40%, aplicada exclusivamente ao Brasil, cria distorções e continua um obstáculo relevante para as exportações nacionais.
“Há uma distorção que precisa ser corrigida. Todo mundo teve 10% [pontos percentuais] a menos. Só que, no caso do Brasil, que tinha 50%, ficou com 40%, que é muito alto”, declarou Alckmin.
A tarifa adicional de 40% continua em vigor para itens essenciais como café, carne bovina, frutas e castanhas, cujas alíquotas caíram de 50% para 40%.
Impactos setoriais
Os efeitos da retirada da tarifa global variam por setor, e o ministro ressaltou a diferença de tratamento em relação a países concorrentes.
Suco de laranja: Teve a tarifa de 10% zerada, o que beneficia um setor de US$ 1,2 bilhão nas exportações.
Café: A alíquota caiu de 50% para 40%. Alckmin notou que concorrentes, como o Vietnã, obtiveram reduções mais amplas (20 pontos percentuais).
Carne bovina e frutas: A redução foi de 50% para 40%, um ganho limitado devido à sobretaxa remanescente, que afeta a competitividade das exportações.
Esforço diplomático e balança comercial
Alckmin atribuiu a medida a avanços diplomáticos recentes. Ele citou conversas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Donald Trump em outubro, e reuniões entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.
Apesar dos avanços, o vice-presidente ressaltou que os Estados Unidos mantêm superávit na balança comercial bilateral com o Brasil. Com a retirada da tarifa global, o volume das exportações brasileiras para os EUA isentas de sobretaxas aumentou de 23% para 26%.
Alckmin também lembrou progressos anteriores, como a retirada da tarifa global de 10% e da sobretaxa de 40% sobre o ferro-níquel e a celulose, em setembro.









































