O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou oficialmente o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) durante a Cúpula do Clima realizada em Belém, Pará, na tarde desta quinta-feira, 6 de novembro. Durante o evento, o presidente convidou outras nações a aderirem e apoiarem a nova iniciativa.
Lula destacou a necessidade de remunerar os serviços ecossistêmicos, argumentando que as “florestas valem mais em pé do que derrubadas” e que “deveriam integrar o PIB dos nossos países”. Ele criticou a insuficiência dos fundos verdes internacionais diante do desafio climático global.
Mecanismo de financiamento inovador
De acordo com o presidente, o TFFF é uma ferramenta de financiamento inovadora, criada para auxiliar mais de 70 nações, incluindo o Brasil, na conservação das florestas tropicais.
O mecanismo não se baseia em doações, mas sim em investimentos soberanos de países desenvolvidos e em desenvolvimento, que irão alavancar um fundo de capital misto. A proposta, desenhada pelo governo brasileiro, pretende alcançar inicialmente US$ 25 bilhões com as adesões dos países e chegar a US$ 125 bilhões com o capital da iniciativa privada.
Retorno para países e investidores
Os recursos gerados pelos investimentos em projetos de altas taxas de retorno financiarão a manutenção dos ambientes de floresta preservados por hectare. “Os lucros serão repartidos entre os países de florestas tropicais e os investidores. Esses recursos irão diretamente para os governos nacionais que poderão garantir programas soberanos de longo prazo”, reforçou Lula.
O fundo também deverá destinar um quinto dos recursos aos povos indígenas e comunidades locais, reconhecendo o papel crucial dessas populações na preservação de florestas.
O monitoramento da manutenção das florestas será feito por satélites, que identificarão o cumprimento da meta de desmatamento abaixo de 0,5% nos países elegíveis. Segundo o presidente, será possível pagar aos países US$ 4 por hectare preservado.
O Banco Mundial será o hospedeiro do mecanismo financeiro e do secretariado do TFFF. O anúncio ocorre após o governo brasileiro ter realizado um aporte de US$ 1 bilhão no primeiro diálogo de apresentação da ferramenta, em 23 de setembro.







































