O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou nesta quinta-feira, 6 de novembro, em jornais nacionais e internacionais, um artigo em que defende que a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que começa em Belém, seja a “hora da ação”. Lula cobrou que os líderes mundiais assumam o compromisso multilateral de agir com a urgência que a crise climática exige.
“Se não atuarmos de maneira efetiva, para além dos discursos, nossas sociedades perderão a crença nas COPs, no multilateralismo e na política internacional”, defendeu o presidente. Ele convocou os líderes globais para a Amazônia, esperando que a COP30 seja a “COP da verdade, o momento em que provaremos a seriedade de nosso compromisso com todo o planeta”.
Amazônia como palco da ação efetiva
O presidente ressaltou que a escolha de realizar a COP30 “no coração da floresta amazônica” não é por acaso, pois volta os olhos do mundo para a realidade da região.
“Queremos que o mundo veja a real situação das florestas, da maior bacia hidrográfica do planeta e dos milhões de habitantes da região. As COPs não podem ser apenas uma feira de boas ideias, nem uma viagem anual dos negociadores. Elas devem ser o momento de contato com a realidade e de ação efetiva no enfrentamento à mudança do clima”, afirmou o presidente.
Lula defendeu que os países ricos, do Norte Global, que foram os maiores beneficiados pela economia baseada em carbono, aumentem o volume de recursos para o Sul Global, por uma questão de justiça. Ele cobrou que esses países “honrem suas dívidas” e façam sua parte. O presidente citou que o Brasil já reduziu pela metade a área desmatada na Amazônia em apenas dois anos.
Fundo Florestas Tropicais e Transição Energética
O presidente também abordou o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), um fundo de investimento e não de doação, que ele descreveu como uma iniciativa inovadora de “ganha-ganha” que remunera a preservação de florestas. O Brasil anunciou um investimento de US$ 1 bilhão no TFFF.
Em relação ao futuro energético, Lula defendeu que os recursos da exploração do petróleo sejam usados para financiar uma transição energética justa e ordenada. Ele disse que empresas petroleiras, como a Petrobras, deverão se transformar em empresas de energia, pois é impossível sustentar o crescimento baseado em combustíveis fósseis indefinidamente.
Ao final do artigo, o presidente defendeu a reforma da governança global, que “sofre com a paralisia do Conselho de Segurança da ONU”, e propôs a criação de um Conselho de Mudança do Clima da ONU, com legitimidade para garantir que os países cumpram o que prometeram.





































