Vivemos um tempo em que o barulho das paixões políticas tem abafado o som da razão. Em Rondônia, o debate público — que deveria ser um espaço de construção coletiva e racional de soluções — tem se transformado em um campo de ataques pessoais, desinformação e superficialidade. Falta maturidade intelectual para discutir os reais problemas do estado: a precariedade da saúde pública, a deficiência da educação e a crescente insegurança que ameaça a dignidade do cidadão rondoniense.
“A sabedoria está na capacidade de ouvir e examinar ideias contrárias com equilíbrio.” — Aristóteles
Como já advertia o filósofo, a mente madura não teme o contraditório; ela o busca como instrumento de crescimento. Entretanto, o que se observa na política local é uma disputa rasa de narrativas, em que o conteúdo cede espaço ao espetáculo, e a reflexão é substituída pela emoção.
A superficialidade do debate político
A ausência de cognição no debate político é perigosa. Quando o discurso perde profundidade, a população perde referência. A crítica fundamentada passa a ser confundida com ofensa, e o diálogo com o adversário é tratado como traição. Enquanto isso, problemas reais — como a falta de médicos nos hospitais, escolas sucateadas, transporte precário e avanço da criminalidade — permanecem fora do foco.
O resultado é uma política do ódio, em que a busca por soluções dá lugar à necessidade de vencer o outro, e não o problema.
A urgência da maturidade intelectual
Maturidade intelectual não é um luxo filosófico — é uma necessidade democrática. É ela que permite ao cidadão analisar propostas com discernimento, fiscalizar o poder com responsabilidade e compreender que opiniões divergentes não são inimigas da verdade, mas partes complementares da busca por ela.
Rondônia precisa resgatar o valor da mente aristotélica — aquela que pensa antes de reagir, pondera antes de julgar e reconhece, no diálogo, a via mais segura para o progresso.
Reflexão e caminho para o bem comum
O estado não carece apenas de infraestrutura, mas também de reflexão. Somente quando aprendermos a debater com equilíbrio e maturidade poderemos construir uma Rondônia mais justa, humana e racional, onde a política volte a ser, como queria Aristóteles, a mais nobre das artes: a arte de buscar o bem comum.







































