A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, instalada nesta terça-feira, dia 4 de novembro, no Senado, aprovou o plano de trabalho apresentado pelo relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE). O plano estabelece nove diretrizes para nortear os trabalhos do colegiado nos próximos 120 dias.
O relator, que é ex-delegado de polícia, destacou que a CPI dará “especial atenção” à investigação da penetração do crime organizado nos mercados legais do Brasil.
“A penetração do crime em setores econômicos lícitos envolve diversos atores, como contadores, advogados, bem como a criação de empresas de fachada para a lavagem de dinheiro”, afirmou Alessandro Vieira.
O senador ressaltou que a “roupagem empresarial” adotada por facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) exigirá novos e mais rigorosos mecanismos de controle. Vieira prometeu entregar um diagnóstico completo da criminalidade organizada no Brasil, afastando discussões partidárias ou eleitoreiras.
Nove diretrizes do plano de trabalho
O plano de trabalho aprovado será dividido em nove pontos centrais de investigação:
Ocupação territorial: Executada pelo tráfico, milícias e autores de crimes ambientais.
Lavagem de dinheiro: Ênfase em fintechs, criptomoedas, bancas de advocacia e segmentos lícitos como combustíveis, lubrificantes, bebidas, garimpo, mercado imobiliário, cigarros e produções artísticas.
Sistema prisional: Considerado pelo relator como “depósito de gente e escritório do crime”.
Corrupção: Investigação de questões ligadas à corrupção ativa e passiva em todas as esferas.
Rotas de transporte: Esclarecimento sobre as rotas utilizadas para o transporte de mercadorias ilícitas.
Crimes praticados: Destaque para tráfico de drogas e de armas, contrabando, sonegação, extorsão, roubo, furto, estelionato e crimes digitais.
Integração: Necessidade de articulação entre órgãos de segurança pública e Forças Armadas, com foco em fronteiras.
Experiências bem-sucedidas: Análise de ações de prevenção e repressão ao crime organizado.
Orçamento: Discussão sobre o financiamento de segurança pública e defesa, atividades consideradas caras.
A CPI foi instalada mais cedo e elegeu o senador Fabiano Contarato (PT-ES) como presidente. O colegiado terá 11 senadores titulares e sete suplentes e um prazo de 120 dias para apurar a atuação e expansão de facções e milícias no país. A comissão investigará o modus operandi das organizações para aperfeiçoar a legislação em vigor.









































