O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) saiu em defesa das famílias que estão sendo expulsas de suas propriedades rurais na Linha 106 Norte, em Alvorada D’Oeste, durante a Operação Desintrusão, coordenada por órgãos federais. Segundo o parlamentar, os produtores possuem títulos definitivos emitidos pelo Incra há mais de quatro décadas, o que comprova a posse legal das terras.
As ações de desocupação, autorizadas pela Casa Civil do Governo Federal, envolvem agentes da Força Nacional, Ibama e Funai, sob a justificativa de cumprir decisão judicial que determinou a retirada de não indígenas de áreas supostamente sobrepostas à Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau.
Conflito jurídico e histórico fundiário
Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o Projeto de Assentamento Dirigido (PAD) Burareiro foi incluído dentro dos limites da terra indígena. Após pressão de organismos internacionais e de lideranças indígenas, como Txaí Suruí, o governo federal decidiu iniciar a Operação Desintrusão, com o objetivo de retirar ocupantes não indígenas e combater atividades ilegais, como extração de madeira.
A operação, iniciada em 8 de setembro de 2025, envolve mais de 20 órgãos federais, entre eles Polícia Federal, Ibama, Funai e Exército. De acordo com o Governo Lula, a ação cumpre determinação da ADPF 709, que trata da proteção dos povos indígenas. Até o momento, foram registradas apreensões de madeira ilegal, multas e prejuízos milionários em atividades consideradas ilícitas.
“Famílias não são invasoras”, diz deputado
Coronel Chrisóstomo, no entanto, afirma que as famílias atingidas pela operação não são invasoras, mas sim produtores rurais que foram assentados legalmente pelo próprio governo.
“Aquelas famílias não são invasoras. Foram assentadas pelo Incra em áreas regulares, com base em decreto anterior à demarcação indígena. O erro foi do próprio governo, que traçou coordenadas equivocadas. Agora, em vez de corrigir a injustiça, estão punindo quem trabalhou e produziu por décadas”, declarou o deputado.
O parlamentar destacou ainda que acompanha de perto a situação em Alvorada D’Oeste e defende justiça para os agricultores que perderam plantações, currais e moradias durante as ações de desintrusão.
Segundo ele, a operação está atingindo famílias com documentação legítima, financiamentos bancários e produção regular de alimentos, o que reforça a necessidade de revisão urgente das decisões aplicadas na região.









































