Durante depoimento à CPMI que investiga as fraudes no INSS, o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) questionou o ex-diretor de Governança do INSS Alexandre Guimarães sobre o período em que os descontos indevidos em benefícios previdenciários cresceram de forma acelerada. Ao ser confrontado, Guimarães confirmou que o “estouro do roubo dos aposentados” ocorreu no final de 2023, já sob o governo do presidente Lula (PT).
“Eu perguntei para o senhor, Alexandre, quando foi o momento que mais explodiu o roubo dos aposentados?”, disse o parlamentar. Guimarães respondeu: “Diante do gráfico aqui apresentado, a gente vê um crescimento bastante exponencial, final de 23 e diante.”
A declaração evidenciou que o avanço das fraudes no INSS aconteceu no atual governo, quando os órgãos de controle registraram aumento expressivo das denúncias de descontos irregulares em benefícios previdenciários.
Ouvido nesta segunda-feira (27), Alexandre Guimarães, que ocupou o cargo de diretor de Governança do INSS entre 2021 e 2023, admitiu ter mantido negócios com Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, apontado pela Polícia Federal como chefe da organização criminosa responsável pelos desvios. Segundo a investigação, o ex-diretor recebeu mais de R$ 2 milhões por meio de empresas ligadas ao esquema, incluindo a Vênus Consultoria, de sua propriedade.
Durante a oitiva, parlamentares destacaram que o grupo utilizava empresas de fachada para repassar recursos ilícitos e mascarar contratos de serviços. O senador Izalci Lucas (PL-DF) afirmou que o “modus operandi” era claro: criar empresas fictícias para desviar valores e beneficiar o grupo criminoso.
Questionado sobre os pagamentos recebidos, Guimarães alegou que prestou serviços à Brasília Consultoria, empresa ligada ao “Careca”, e negou irregularidades. No entanto, admitiu que tanto o contador da sua empresa quanto o operador financeiro foram indicados pelo próprio chefe do esquema.








































