O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a continuidade da guerra em Gaza e a resistência da comunidade internacional em estabelecer um Estado palestino. A declaração foi feita neste sábado, 25 de outubro de 2025, na Universidade Nacional da Malásia, em Putrajaya, capital administrativa do país.
Lula recebeu o título de doutor “Honoris Causa” em Filosofia e Desenvolvimento Internacional do Sul Global e usou o discurso para reforçar o posicionamento brasileiro sobre a justiça social e as relações internacionais.
“As comunidades universitárias em todo o mundo têm elevado suas vozes contra a brutalidade do genocídio em Gaza e contra a inércia moral, que impede até hoje que o Estado Palestino seja criado”, discursou o presidente.
Multilateralismo e críticas econômicas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o multilateralismo e a necessidade de reformar os organismos internacionais. Ele criticou a inoperância do Conselho de Segurança da ONU e afirmou que, sem maior representatividade, o órgão “seguirá inoperante e incapaz de responder aos desafios do nosso tempo”.
No campo econômico, Lula classificou como inaceitável o fato de os países ricos terem nove vezes mais poder de voto no Fundo Monetário Internacional (FMI) do que o Sul Global. O termo refere-se a países da América Latina, Ásia e África com histórico de colonialismo e que compartilham desigualdades.
O presidente também se manifestou contra o uso de aumento de tarifas no comércio como mecanismo de coerção internacional, em uma referência indireta ao aumento de 50% nas tarifas de importação sobre produtos brasileiros, imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em agosto.
Agenda e desigualdade
Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o modelo neoliberal aprofunda as desigualdades, citando que 3 mil bilionários acumularam um ganho de U$ 6,5 trilhões desde 2015. Segundo ele, este valor “supera o PIB nominal atual da Asean [Associação de Nações do Sudeste Asiático] e do Brasil somados.”
A agenda do presidente na Malásia se estende até a próxima terça-feira (28). No domingo (26), Luiz Inácio Lula da Silva tem reunião marcada com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar da questão das tarifas comerciais.









































