O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o novo modelo internacional de financiamento climático que o Brasil lançará oficialmente durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). A conferência terá início em 10 de novembro, em Belém, no Pará.
A declaração foi feita neste sábado, 25 de outubro de 2025, na Malásia, durante a cerimônia de outorga do título de doutor Honoris Causa pela Universidade Nacional do país.
Lula afirmou que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que será lançado na COP30, irá “remunerar os serviços ecossistêmicos prestados ao planeta”. A iniciativa é apontada pelo presidente como uma alternativa à falta de recursos para uma transição energética justa, uma década após o Acordo de Paris.
Ganância e o ponto de não retorno
O presidente criticou a ganância por lucros ilimitados, que leva muitos a “se esquecerem de cuidar do planeta Terra”. Ele alertou que as mudanças climáticas podem levar mais 132 milhões de pessoas à extrema pobreza até 2030, e que “falta tempo para corrigir rumos”.
Luiz Inácio Lula da Silva voltou a chamar a COP30 de “COP da verdade” e cobrou maior envolvimento global, especialmente dos maiores poluidores. Ele criticou que menos de 70 países tenham apresentado novas metas de redução de emissões nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).
O presidente disse que, mesmo que as NDCs atuais sejam cumpridas, o planeta ultrapassará o limite de aquecimento de 1,5 °C. Ele intimou o mundo a evitar que a temperatura suba, prevenindo o chamado “ponto de não retorno”, que pode transformar os ecossistemas de forma irreversível, como a destruição de florestas tropicais e recifes de corais.
Investimento brasileiro
Em setembro, em Nova York (EUA), o Brasil já havia anunciado um investimento de US$ 1 bilhão neste fundo, que prevê a remuneração aos países que conservam florestas tropicais. Mais de 70 nações em desenvolvimento poderão receber os recursos do novo mecanismo proposto.
Lula encerrou sua fala reforçando que 30 milhões de pessoas vivem na Amazônia brasileira e têm o direito de viver com dignidade.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva permanece na Malásia até terça-feira (28) e tem agenda com empresários. No domingo (26), há a possibilidade de reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar de tarifas comerciais.









































