Tarcísio de Freitas chegou ao governo de São Paulo com a fama de técnico equilibrado, gestor eficiente e capaz de juntar cálculo de planilha com carisma eleitoral. Até decidir espalhar pedágios pelo estado inteiro. A partir daí, a imagem de gestor moderado começou a derreter mais rápido que sorvete no asfalto do Rodoanel.
O plano era simples no PowerPoint, mas complexo no bolso do cidadão. Instalar 16 pedágios no estilo free flow, com câmeras e sensores que cobram automaticamente, sem cabine, sem conversa e sem dó. Na prática, moradores começaram a pagar pedágio até para atravessar a cidade e ir do bairro para o centro. A paciência do povo terminou junto com o saldo do Sem Parar.
Em Sorocaba, até aliados do governador se revoltaram. A população protestou, a Câmara Municipal chiou e um deputado chegou a deitar no acostamento da rodovia para demonstrar indignação. Em Cotia, no bairro Mirante da Mata, moradores pediram menos pedágio e mais metrô. No Vale do Ribeira, em Santos, em Piracicaba e em Mogi das Cruzes, o recado foi o mesmo, pedágio não, governador.
Com as críticas vindo de todos os lados, inclusive da base bolsonarista, o governo decidiu recuar. Alguns pórticos foram cancelados, outros suspensos ou repensados. Tarcísio tenta mostrar que está ouvindo, mas muita gente acredita que é só roteiro para aliviar a pressão. Afinal, recuar em público não significa desistir no silêncio do gabinete.
Nas redes sociais, a situação não é melhor. Levantamento da AP Exata mostrou que 63 por cento das publicações nas últimas semanas são contra os pedágios. E o mais curioso, até perfis de direita criticam a proposta. Ou seja, o governador conseguiu unir a população, mas não do jeito que esperava.
Com Informações: Revista Forum