Na manhã desta quarta-feira (15), durante o programa Bom Dia Ministro, o titular do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, detalhou os objetivos e a abrangência do programa Gás do Povo, uma das principais apostas do governo federal para aliviar despesas básicas de famílias em situação de vulnerabilidade social.
A entrevista contou com a participação do jornalista Fabiano Coutinho, do portal News Rondônia, que questionou o ministro sobre o impacto do benefício no orçamento familiar e os mecanismos para garantir que o auxílio chegue a quem mais precisa.
“Olha, Fabiano, saudando você e todo o time do portal News Rondônia, nosso esforço é para garantir dignidade, para que as famílias tenham mais recursos disponíveis para alimentação. Muitas vezes, a renda é transferida, mas é consumida por outras despesas básicas, como gás, energia ou medicamentos”, afirmou o ministro.
Gás do Povo: expansão histórica do benefício
O Gás do Povo garante gratuidade no botijão de gás de cozinha para famílias em situação de vulnerabilidade e será um dos principais instrumentos de alívio financeiro para milhões de brasileiros. A iniciativa vai ampliar o atendimento para 17 milhões de famílias, o equivalente a 60 milhões de pessoas, triplicando o público atualmente atendido pelo Auxílio Gás.
O benefício contempla famílias com renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 759), com prioridade para beneficiários do Bolsa Família. Segundo o ministro, a proposta não se limita à transferência direta de renda, mas atua de forma integrada para reduzir custos fixos e fortalecer o poder de compra de alimentos.
Como funciona o programa
O programa prevê repasses bimestrais, permitindo que as famílias beneficiadas possam adquirir até três botijões por período. Além do subsídio para o gás, o governo integra outros benefícios sociais que aliviam despesas básicas:
-
Tarifa social de energia elétrica, que isenta famílias de baixa renda do pagamento de até 80 kWh e oferece descontos expressivos até 120 kWh, por meio do programa Luz do Povo.
-
Farmácia Popular, garantindo acesso gratuito ou com desconto a medicamentos essenciais.
-
Pé-de-Meia, incentivo financeiro para estudantes permanecerem na escola.
-
Minha Casa Minha Vida, que reduz gastos com moradia ao garantir habitação subsidiada.
“Quando o gás, a energia e os remédios deixam de pesar no orçamento, sobra mais para a alimentação. É isso que buscamos: garantir o básico, liberar renda e construir caminhos para superar a pobreza”, destacou Wellington Dias.
Atualmente, 48 programas sociais são direcionados ao público do Cadastro Único, muitos deles também voltados aos beneficiários do Bolsa Família e do BPC, compondo uma rede de proteção social integrada.
Logística na Amazônia: desafio e oportunidade
Questionado por Fabiano Coutinho sobre a chegada do benefício às regiões mais remotas, especialmente na Amazônia, Wellington Dias explicou que a estratégia inclui ampliar a rede de distribuição de gás para comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas.
Na largada, o programa contará com 55 mil pontos de distribuição, com expansão contínua para os próximos anos. O governo espera que a iniciativa estimule o comércio local, gerando renda e facilitando o acesso ao produto.
Além do impacto econômico, a substituição da lenha pelo gás representa avanços ambientais significativos, reduzindo a derrubada de árvores e a queima de madeira em áreas rurais.
Estratégia integrada de combate à pobreza
Wellington Dias reforçou que o Gás do Povo é parte de um conjunto de políticas públicas voltadas para a redução das desigualdades. Ele lembrou que esteve recentemente em Porto Velho com o presidente Lula e outros ministros para discutir ampliação do ensino técnico, expansão do ensino superior e implantação de um hospital universitário, mostrando que a política social está articulada com ações estruturantes nas áreas de educação e saúde.
“Nosso objetivo é sair do enfrentamento emergencial para criar condições reais de transformação. É educação, saúde, emprego, renda e apoio direto para quem mais precisa. O Gás do Povo entra como um instrumento imediato de alívio no orçamento”, afirmou.
Um olhar especial para o Norte
O ministro destacou que as políticas públicas precisam respeitar as realidades regionais. Na Amazônia, onde o acesso é difícil e os custos logísticos são altos, a estratégia foi adaptada para garantir que os benefícios cheguem com eficiência. “A Amazônia tem peculiaridades que não podem ser ignoradas. O programa foi desenhado considerando essas realidades”, reforçou.