O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta sexta-feira, 26 de setembro de 2025, que a Corte não descarta adotar medidas de reação contra as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos a alguns de seus integrantes.
Barroso foi questionado sobre a forma como os ministros receberam as sanções e indicou que qualquer avaliação formal será feita após a conclusão do julgamento sobre a trama golpista, ocorrida durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. “A ideia é esperar acabar o julgamento para pensar em qualquer eventual medida, seja política ou judicial”, declarou.
Julgamento da trama golpista
O julgamento da trama golpista está em andamento. O Núcleo 1 do caso, que envolve o ex-presidente e outros sete aliados, já teve a condenação determinada pelo STF. Os núcleos 2, 3 e 4 do processo estão previstos para serem julgados até o final deste ano.
Até o momento, pelo menos seis ministros do Supremo, além de outros membros ligados à Corte, foram alvo de sanções do governo do presidente norte-americano Donald Trump. As sanções incluem a suspensão de vistos de viagem e a aplicação da chamada Lei Magnitsky.
Entre os alvos estão os ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Gilmar Mendes, e o relator dos processos da trama golpista, Alexandre de Moraes, bem como sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes. Os ministros Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux não foram sancionados.
Debate sobre pacificação
O ministro Luís Roberto Barroso também voltou a abordar o tema da pacificação nacional frente ao cenário de polarização política. Ele criticou a postura de alguns envolvidos na trama. “Quem teme ser preso [pela trama golpista] está querendo briga, e não pacificação. A minha única frustração foi não ter conseguido fazer a pacificação”, completou o presidente.
O mandato de Barroso na presidência da Corte chega ao fim na próxima segunda-feira, 29 de setembro. Os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes tomarão posse como presidente e vice-presidente do STF, respectivamente.