O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou nesta terça-feira (23) na abertura da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Tradicionalmente, o Brasil é o primeiro país a ocupar a tribuna do evento. Em sua fala, Lula abordou uma série de temas globais, incluindo o conflito em Gaza, a crise climática e a defesa da soberania brasileira.
O presidente criticou o enfraquecimento da democracia e do multilateralismo, mencionando as sanções arbitrárias contra o Brasil. Ele destacou a condenação de um ex-chefe de Estado por atentar contra a democracia e defendeu a soberania nacional como inegociável.
Principais pontos do discurso
Conflito em Gaza: Lula condenou o genocídio em curso, afirmando que “nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza”. Ele ressaltou que o massacre não ocorreria sem a cumplicidade de países que poderiam evitá-lo e defendeu a criação de um Estado palestino independente.
Crise climática: O presidente destacou que a COP30, que ocorrerá em Belém, será a “COP da verdade”. Ele pediu que os países ricos cumpram seus compromissos, lembrando que a transição energética não deve reproduzir a exploração. Lula também mencionou o objetivo do Brasil de reduzir de 59% a 67% de suas emissões de gases do efeito estufa.
Outros temas abordados
Fome e pobreza: Lula celebrou o fato de o Brasil ter saído novamente do Mapa da Fome e defendeu a Aliança Global, lançada no G20, para combater a insegurança alimentar no mundo.
Regulação digital: O presidente defendeu a regulação das plataformas digitais para proteger os mais vulneráveis e combater a desinformação, o tráfico e a pedofilia.
Reforma da ONU: Lula reforçou a necessidade de uma reforma na ONU, com a ampliação do Conselho de Segurança para refletir o cenário multipolar atual e dar voz ao Sul Global.
Homenagem: O presidente prestou homenagem a personalidades como o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, e o Papa Francisco, por seu humanismo.