Como já é tradição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o primeiro a discursar na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Em 18 minutos, o presidente abordou diversos temas de relevância nacional e internacional.
Sanções e a soberania do Brasil
Sem citar diretamente o presidente dos EUA, Donald Trump, Lula criticou as “sanções arbitrárias e unilaterais” impostas ao Brasil. Ele defendeu que a soberania e a democracia do país são inegociáveis. O presidente também mencionou a recente condenação de Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe, destacando-a como um recado contra a impunidade.
Gaza e a defesa do Estado palestino
Em um dos momentos mais fortes de seu discurso, Lula condenou o “genocídio em curso em Gaza”. Ele afirmou que, embora os ataques do Hamas sejam indefensáveis, “nada, absolutamente nada, justifica” o massacre de civis. O presidente defendeu o reconhecimento da Palestina como um Estado independente e criticou a “cumplicidade” de países que poderiam ter evitado a tragédia.
Pobreza, desigualdade e big techs
O presidente destacou a saída do Brasil do Mapa da Fome em 2025 e reforçou que a pobreza e a desigualdade são inimigas da democracia. Ele também abordou a questão das big techs, defendendo a regulação para evitar que o ambiente virtual se torne uma “terra sem lei” e para proteger crianças e adolescentes, citando a nova legislação brasileira sobre o tema.
Clima e América Latina
Lula defendeu a criação de um conselho para monitorar as ações climáticas e conclamou os líderes a se comprometerem com metas de redução de emissões para a COP30, em Belém. Sobre a América Latina, ele expressou preocupação com a polarização, defendeu o diálogo com a Venezuela e classificou como “inadmissível” a inclusão de Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo.