O Ministério da Fazenda divulgou um boletim que prevê a redução pela metade do impacto do tarifaço aplicado pelos Estados Unidos à economia brasileira. Segundo a Secretaria de Política Econômica (SPE), a queda do Produto Interno Bruto (PIB) deve passar de 0,2 para 0,1 ponto percentual com as medidas do governo.
O relatório, que analisou 22 setores, estima que o número de postos de trabalho perdidos cairá de 138 mil para 65 mil com a intervenção governamental. As perdas seriam concentradas principalmente na indústria, serviços e agropecuária. Em relação à inflação, o impacto previsto é de 0,1 ponto percentual, levando a SPE a diminuir a projeção do IPCA para 2025 para 4,8%.
O estudo destaca que a compensação das tarifas se dará com a maior disponibilidade de produtos no mercado interno, um efeito parcial da diminuição das exportações. As estimativas não levam em conta fatores como volatilidade financeira ou choques de confiança.
O Plano Brasil Soberano, aliado ao adiamento de tributos e ao estímulo a compras públicas, é a principal ação do governo para conter os efeitos do tarifaço. O programa oferece linhas de crédito mais vantajosas a exportadores, além de capital de giro e investimento para micro, pequenas e médias empresas. Em contrapartida, as empresas devem manter os empregos.
As medidas visam compensar a queda nas exportações e incentivar a busca por novos mercados, facilitando a diversificação dos destinos. O tarifaço norte-americano, anunciado em julho, afetou produtos brasileiros com uma taxa de 50%, especialmente minerais não metálicos, máquinas, eletrônicos e móveis. Em 2024, 12% do total das exportações brasileiras (cerca de US$ 40,3 bilhões) foram para os EUA.