O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, para um novo mandato de dois anos. A assinatura do ato ocorreu nesta quarta-feira (27), em Brasília. Gonet, que assumiu o cargo em dezembro de 2023, teria seu mandato original encerrado no final deste ano, mas a antecipação da nomeação dá continuidade aos seus trabalhos.
A decisão de Lula foi tomada após um encontro com o procurador no Palácio do Planalto e ocorre às vésperas de um julgamento importante no Supremo Tribunal Federal (STF). Gonet denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusando-o de ser o líder de uma trama golpista para se manter no poder.
Processo de aprovação e carreira de Gonet
Apesar da recondução presidencial, Paulo Gonet precisará passar por uma nova sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e ter seu nome aprovado pelo plenário da Casa. Para isso, são necessários 41 votos. Na nomeação anterior, em 2023, ele recebeu 65 votos de aprovação.
A antecipação da nomeação evita que a Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR) organize sua tradicional lista tríplice de indicados, o que, segundo o Planalto, traz mais tranquilidade interna ao Ministério Público Federal. Gonet, de 64 anos, tem uma carreira de cerca de 40 anos no Ministério Público e foi cofundador do Instituto Brasiliense de Direito Público. Ele é formado em direito pela Universidade de Brasília (UnB).
Desde que assumiu a PGR, Gonet reverteu alguns entendimentos da instituição, priorizando casos de corrupção. Em abril, ele denunciou o então ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por desvio de emendas parlamentares, o que levou à demissão do auxiliar por Lula.