O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou suas redes sociais para destacar o que chamou de “a maior resposta do Estado brasileiro ao crime organizado de nossa história”. A declaração veio após uma série de operações policiais deflagradas nesta quinta-feira (28) para combater esquemas de lavagem de dinheiro em todo o país. As ações, que envolveram a Polícia Federal (PF), a Receita Federal e os Ministérios Públicos estaduais, tiveram como foco a cadeia produtiva de combustíveis, que estaria sendo usada para ocultar dinheiro do narcotráfico.
Lula ressaltou que o trabalho foi possível graças à criação do Núcleo de Combate ao Crime Organizado, no Ministério da Justiça. A nova estrutura permitiu que as investigações atingissem o “núcleo financeiro que sustenta essas práticas”. O presidente reforçou o compromisso de proteger os consumidores, cortar o fluxo de dinheiro ilícito e garantir um mercado de combustíveis justo e transparente.
Operações em andamento
As operações, embora distintas, buscam desarticular esquemas de lavagem de dinheiro com grande impacto financeiro. A Operação Quasar, em São Paulo, investiga um esquema que utilizava fundos de investimento para ocultar patrimônio ilícito. Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e a Justiça Federal autorizou o bloqueio de R$ 1,2 bilhão em bens e valores dos investigados.
No Paraná, a Operação Tank tem como alvo uma das “maiores redes de lavagem de dinheiro já identificadas no estado”. A organização criminosa atuava desde 2019 e pode ter lavado pelo menos R$ 600 milhões. A rede movimentou mais de R$ 23 bilhões e utilizava empresas de fachada, postos de combustíveis e outras instituições para disfarçar a origem dos recursos. A investigação também encontrou fraudes na venda de combustíveis, como adulteração de gasolina e a chamada “bomba baixa”. Foram cumpridos 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão, com o bloqueio de mais de R$ 1 bilhão em bens e valores.