A defesa de Jair Bolsonaro afirmou ter sido pega de surpresa com o indiciamento do ex-presidente pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Segundo a Polícia Federal (PF), ele e seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teriam atuado junto ao governo dos Estados Unidos para submeter a Suprema Corte brasileira ao crivo de um Estado estrangeiro.
Em nota, os advogados de Bolsonaro informaram que os pontos levantados na decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, serão esclarecidos dentro do prazo. No entanto, a defesa nega que tenha havido descumprimento de qualquer medida cautelar imposta.
Mensagens e pedidos de asilo
O indiciamento do ex-presidente veio após a PF encontrar mensagens e áudios em seu celular que revelam conversas com o pastor Silas Malafaia e com seu filho, Eduardo Bolsonaro. Nessas conversas, o ex-presidente supostamente condiciona a aprovação de anistia para os condenados pela trama golpista à negociação para a retirada de tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
Diante do cenário, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, deu 48 horas para a defesa de Bolsonaro prestar esclarecimentos sobre as acusações e sobre o documento de pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei, também encontrado no aparelho.