O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na quinta-feira (31/7) uma ordem executiva que amplia as chamadas “tarifas recíprocas” aplicadas a diversos países. A medida atinge produtos de mais de 90 nações, com taxas variando de 10% a 41%, e promete impactar diretamente o comércio global.
Canadá, Brasil e outros países afetados
Entre os países mais impactados, o Canadá teve sua tarifa elevada de 25% para 35%. Segundo a Casa Branca, a decisão foi motivada por “retaliação e inação” do governo canadense em questões comerciais e no combate ao tráfico de fentanil na fronteira.
O Brasil, no entanto, continua enfrentando a maior alíquota entre todos os parceiros comerciais dos EUA. A tarifa aplicada ao país chega a 50% em alguns produtos, combinando uma taxa base de 10% com uma tarifa adicional de 40% já anunciada anteriormente.
Uma autoridade americana explicou à BBC que o decreto assinado na quarta-feira (30/7) lista cerca de 700 produtos brasileiros que ficarão isentos da taxa, incluindo itens de grande relevância para a balança comercial, como suco de laranja, aeronaves e petróleo.
Trump alegou que a medida é uma resposta à “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta processos por tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF).
Vigência das novas tarifas
As tarifas impostas ao Canadá já entraram em vigor. Para os demais países, incluindo o Brasil, as novas taxas começarão a ser aplicadas a partir de 7 de agosto. Produtos embarcados até essa data e que cheguem aos EUA antes de 5 de outubro não serão afetados.
Trump reforçou que qualquer país sem acordo comercial com os EUA até 1º de agosto estará sujeito às tarifas mais altas. Apesar de o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, ter tentado contato antes do prazo, não houve acordo.
Negociações e contexto
As tarifas recíprocas foram inicialmente anunciadas em abril, com taxa base de 10% sobre quase todas as importações, podendo chegar a mais de 100% para produtos chineses. Alguns países, como Japão, Reino Unido, União Europeia, Vietnã e Indonésia, já fecharam acordos para reduzir o impacto das tarifas.
Trump anunciou também um acordo com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, para adiar por 90 dias as tarifas sobre produtos mexicanos, com expectativa de concluir um acordo comercial dentro desse período.
O governo americano defende que as tarifas incentivam o consumo de produtos fabricados nos EUA, fortalecendo a indústria nacional.
Fontes:
-
Deixe seu comentário