O apresentador da REMATV, Edvaldo Soares perguntou (“o senhor mantém ele na Secretaria?”) obviamente referindo-se ao vice-governador e titular da pasta do Desenvolvimento. A resposta surpreendeu: “neste momento aqui, quero dizer que a gente vai ter que fazer a substituição!”. Foi assim que o governador Marcos Rocha colocou a última pá de cal sobre a possibilidade de que pudesse ainda haver algum diálogo entre ele e seu vice, Sérgio Gonçalves. A decisão já estava tomada, claro, inclusive foi comunicada numa reunião de secretários, horas antes, onde ninguém pode entrar com celular. Ainda na noite da segunda-feira, o Diário Oficial circulava com a exoneração de Gonçalves da Secretaria de Estado do Desenvolvimento e, em seu lugar, nomeado o competente advogado Lauro Fernandes, aliás, com um grande trabalho no primeiro time da Caerd.
Havia ainda uma tênue esperança de acordo, mas só da porta para fora do Palácio. Lá dentro, fervilhavam reuniões a portas fechadas. Desde que retornou de Israel, o Governador protestava contra ações do seu vice, na sua ausência. O tom das entrevistas e discursos foi crescendo, até chegar ao que Rocha pronunciou em Guajará Mirim, eivado de críticas ao seu vice. Num dos eventos mais importantes das andanças do governador Marcos Rocha; da primeira dama Luana Rocha e de secretários ao interior, aconteceu em Guajará Mirim. Rocha entregou novas obras ao Hospital Regional e uma sala especial para Hemodiálise. Quem precisa do tratamento não vai mais se deslocar para outras cidades, como Porto Velho, para fazê-lo. Avanço importante. Mas, o destaque político do evento ocorreu depois da entrega, quando dos discursos.
Ao falar, Marcos Rocha, sem citar o nome, fez a mais dura contestação ao seu vice, Sérgio Gonçalves, com novos requintes, deixando claro a impossibilidade dos dois voltarem às boas. Rocha já havia falado duro em outras ocasiões, mas jamais como ocorreu em Guajará. Num vídeo que circula pelas redes sociais, o Governador, em determinado trecho do discurso, relatou: “eu estava sob o bombardeio em Israel, quando recebi notícias de que havia gente aqui que queria que a gente morresse lá”.. Foi então que ele bateu duríssimo: “o espaço aéreo estava fechado, eu não podia sair, então, naquele exato momento, gente que eu ajudei, gente que eu tirei do buraco (repetiu a frase) estava falido, foi na Assembleia pedir para que não prorrogasse o tempo em que eu poderia ficar fora do Governo”. Rocha acrescentou que não podia sair de onde estava, porque não havia voos e nem como sair por terra.
DISCURSO PESADO DE GUAJARÁ DEIXOU CLARO QUE ROCHA NÃO IRIA MANTER GONÇALVES AO SEU LADO
Ainda sobre o mesmo tema: em Guajará, Marcos Rocha usou os mais pesados termos para demonstrar sua inconformidade com o que teria feito seu parceiro de governo. “Pessoas de má índole foram à Assembleia pedir que não houvesse prorrogação, porque dai eu perderia o mandato”. Foi então que novamente bateu muito duro: “isso é covardia, imoralidade, isso é falta de caráter; isso é indecência!”. Depois perguntou a deputados que estavam presentes e ao seu chefe da Casa Civil: “Estou mentindo no que estou falando?” Todos disseram que não. Lamentou que tenham ido “cinco vezes” à Justiça contra ele, “não por corrupção, não por nada disso”, mas, segundo destacou, “por jogada para poder ganhar governo, de forma imoral. Por fim, falou em Deus e disse que, caso deixe o governo em abril do ano que vem, deixará tudo “nas mãos de Deus”. Ou seja: the end para algum acordo. Rocha deu seu recado e ele foi definitivo.
E agora? O quadro aponta para que Marcos Rocha fique até o fim do seu mandato no comando do Estado, sem disputar uma sonhada cadeira ao Senado e que Sérgio Gonçalves perca suas chances de ser Governador por seis meses. Sem apoio da máquina, suas pretensões eleitorais se tornam muito menos viáveis, senão extintas. Sérgio Gonçalves até agora não se pronunciou sobre o assunto. A crise explodiu, enfim e nela não há vencedores. Uma pena!
FERNANDO MÁXIMO SURGE COMO NOME FORTE AO GOVERNO, MAS ELE AINDA NÃO DECIDIU NADA
A corrida pelo Governo continua em aberto. A novidade é o nome do deputado federal Fernando Máximo, que anda aparecendo à frente de mais de uma pesquisa, se destacando principalmente na região de Porto Velho, mas também no interior. Dias atrás, ao participar do programa dos Dinossauros do Rádio, na Parecis FM, Fernando Máximo disse que ainda não decidiu qual o caminho percorrerá em 2026. Na verdade, a possibilidade mais concreta era de que ele concorria ao Senado, ingressando no PL e tendo o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa opção é quente e viável. Ocorre que com a perspectiva de uma candidatura ao Governo, o espaço no PL poderia sumir, já que o nome do partido, em Rondônia, é do senador Marcos Rogério.
Surgem, contudo, novas opções. A mais viável delas, neste momento, seria o ingresso no Podemos de Léo Moraes, que lhe garantiria a vaga. Léo, aliás, tem repetido vários elogios a Máximo, como o fez recentemente num evento em Vilhena, tratando o deputado federal como amigo fiel e “grande parceiro”. O próprio Fernando Máximo tem conversado com gente de vários partidos. Já esteve com Ivo Cassol, com os senadores Marcos Rogério e Jaime Bagattoli e, mais recentemente, com o também pré-candidato ao Governo, o prefeito de Cacoal, Adailton Fúria. Neste momento, Fernando Máximo se posta como um nome forte e com condições eleitorais de concorrer ao Palácio Rio Madeira/CPA.
Os nomes mais prováveis para 2026, além do próprio Máximo, é claro, são os de Marcos Rogério e Hildon Chaves, além de Fúria. O atual vice-governador, mantém-se como possível candidato, mas no atual quadro, não se sabe o que poderá acontecer. Ivo Cassol e Acir Gurgacz, outras lideranças potentes, ainda não estão aptos a concorrer. Já Confúcio Moura tem repetido que não quer mais disputar o Governo.
BRASIL E CHINA PLANEJAM TREM QUE ATRAVESSARÁ O PAÍS E PASSARÁ POR RONDÔNIA E IRÁ ATÉ O PACÍFICO
O Brasil não consegue consertar suas rodovias, sem grande exploração dos usuários, com privatizações e cobranças antecipadas de pedágio, como o fez com a BR 364. O sistema de trens é precário e só funcionam algumas linhas privadas, como as que transportam riquezas minerais e em regiões específicas. A construção de uma simples ponte pode demorar mais de uma década. Mas, agora, o governo está anunciando a construção de uma via férrea que poderá ter mais de cinco mil quilômetros, atravessando o país, passando inclusive por Rondônia e chegando a um porto do Peru. Há possibilidade de este projeto dar certo?
A chance concreta é que é um projeto chinês, com recursos chineses. O acordo para a obra já foi assinado e agora começam os estudos técnicos. A ideia é ter uma ferrovia que comece no porto de Ilhéus, na Bahia até Chanchay, litoral do Peru, onde a China já construiu um grande porto. Obviamente o plano é para encurtar caminho, ao menor custo, das mercadorias que atravessarão o Pacífico e chegarão aos chineses. A ferrovia passaria por cinco Estados (Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre) até chegar à fronteira peruana, entrando não território daquele país e o atravessando, até o porto no Pacífico.
Por enquanto não há mais detalhes sobre o projeto, ainda embrionário. O objetivo é facilitar o escoamento de produtos brasileiros para a Ásia, especialmente para a China, principal parceiro comercial do Brasil. Ainda não há estimativas de custo nem traçado definidos. A perguntinha simples é: um dia este trem se tornará realidade?
ERNESTO FERREIRA E ISRAEL TRINDADE DISPUTAM NO SEGUNDO TURNO O COMANDO DO PT REGIONAL
Eleição direta em todo o país, para os diretórios nacional, estaduais e municipais. Foi o que promoveu o Partido dos Trabalhadores, no domingo. Edinho Silva, candidato do presidente Lula, é o novo presidente nacional do PT. Ele foi escolhido em eleições gerais e venceu com boa margem. Já em Rondônia, a decisão sobre o comando do Diretório Estadual ficou para um segundo turno, que ocorrerá no próximo dia 27. Na eleição em Rondônia, nada menos do que 3.200 petistas compareceram para votar, nos 41 municípios onde os diretórios eram escolhidos. Só em Porto Velho, participaram do pleito um total aproximado de 1.300 eleitores.
Três candidatos participaram na disputa pelo Diretório Estadual: Ernesto Ferreira, de Ji-Paraná, que foi o mais votado, com 43 por cento dos votos. Ele tinha o apoio do atual presidente, Anselmo de Jesus e seu grupo, incluindo a deputada estadual Cláudia de Jesus. Em segundo, ficou Israel Trindade, até então presidente do Diretório Municipal da Capital, com 30 por cento dos votos. Os dois vão para o segundo turno. O terceiro, com alguma surpresa (teve 27 por cento) foi Ernani Coelho, marido da ex-senadora Fátima Cleide, ela ainda o maior nome do petismo rondoniense e que, agora, certamente perdeu espaço no Diretório petista.
No Diretório Municipal de Porto Velho o comando ficou com Fred Verssailes, eleito presidente em primeiro turno com cerca de 58 por cento dos votos válidos. Fatinha Ferreira, segunda colocada, obteve cerca de 22 por cento dos votos válidos. Os demais candidatos tiveram, respectivamente: Elilene da CUT 9 por cento; Claudir do SINTERO, 8 por cento e Francimar Simão, 3 por cento. O segundo turno para o Diretório Regional ocorre no dia 27, último domingo do mês de julho.
PREFEITURA DESMENTE QUE PARQUE DA CIDADE SERIA TRANSFORMADO EM LOCAL DE EVENTOS
Moradores e dirigentes da Associação do bairro 22 de Setembro andavam preocupados com a possibilidade de que a Parque da Cidade, localizada nos fundos do Porto Velho Shopping, pudesse ser transformada numa área de eventos. O risco era de que, além de perderem seu principal local de lazer, ainda teriam que viver sob o barulho infernal de shows e espetáculos, caso isso ocorresse. Mas a Prefeitura diz que tudo é apenas Fake News. Nota oficial da Emdur, a empresa municipal responsável pelo local, esclareceu que “é falsa a informação de que a Prefeitura de Porto Velho teria a intenção de transformar o Parque da Cidade em um espaço exclusivo para grandes eventos”.
Ainda segundo a nota da Emdur, comandada por Bruno Holanda, “representantes da Emdur reuniram-se com moradores do Conjunto Marechal Rondon para ouvir queixas relacionadas a eventos anteriores realizados no local, especialmente sobre questões como horário das atividades, poluição sonora e utilização do entorno, incluindo o estacionamento próximo à igreja da comunidade. Em nenhum momento houve qualquer anúncio, proposta ou sequer sugestão oficial por parte da Prefeitura de Porto Velho no sentido de alterar a finalidade do Parque. Ao contrário: a atual gestão municipal tem reafirmado seu compromisso com a preservação do caráter público, comunitário e multifuncional do Parque da Cidade”.
“O objetivo da administração – prossegue o documento – é manter o equilíbrio entre o uso do espaço para o lazer familiar, a prática esportiva, a contemplação da natureza e a realização de atividades pontuais de interesse coletivo — como o projeto Páscoa no Parque, que contou com expressivo apoio da população local.
QUASE PRONTA MAIOR OBRA DA HISTÓRIA DO CEMETRON, NOSSO HOSPITAL DE DOENÇAS TROPICAIS
Já foram feitas várias reformas no Cemetron. Mas nenhuma delas nem perto da que está em andamento. A maior obra da história do Centro de Medicina Tropical de Rondônia está próxima de ser concluída. Com 99 por cento da execução finalizada, a expansão realizada pelo Governo do Estado cria dez novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mais cinco leitos de enfermaria clínica, almoxarifado amplo, auditório, moderna Central de Material Esterilizado, além de um prédio administrativo de dois andares. Tudo isso dará ao nosso hospital que trata de doenças tropicais uma nova conotação, mais qualidade de serviços e comodidade para todos.
Nos últimos anos, o governo, através da Sesau, investiu pesado na unidade com reformas em enfermarias, corredores e setores administrativos, mas com essa nova obra as mudanças são mais amplas e mais impactantes, tanto na rotina dos profissionais quanto para a prestação de assistência aos pacientes.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, os investimentos fazem parte do compromisso do seu governo em melhorar os serviços na área da Saúde no estado. “O Cemetron é referência no atendimento a doenças infectocontagiosas e tropicais, oferecendo serviços tanto ambulatoriais quanto de internação, já um serviço reconhecido, e agora conta com uma estrutura moderna e mais digna para pacientes e servidores,” destacou. O valor total dos investimentos feitos não foi informado.
LULA CONTESTA TRUMP POR INTERVIR NO BRASIL, MAS ELE PODE FAZER O MESMO NA ARGENTINA E NO PERU?
O presidente norte-americano Donald Trump se pronunciou nas redes sociais em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que ele está sendo perseguido. “O Brasil está cometendo um grave erro em seu tratamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu tenho acompanhado – assim como o mundo todo – enquanto eles não fazem nada, além de persegui-lo dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto de ter lutado pelo povo”, postou na rede Truth Social. O longo texto de críticas à forma como o ex-Presidente tem sido perseguido, segundo suas palavras, informa também que ele, Trump, está acompanhando o assunto de perto. O presidente Lula não gostou e respondeu.
No encontro dos Brics, Lula considerou uma afronta. “somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”, afirmou Lula, em nota. Não haveria nada a contestar, caso nosso Presidente não tivesse, dois dias antes, ido à Argentina, contestar a prisão da ex-presidente Cristina Kirchner, mostrando um cartaz pedido liberdade para a companheira ideológica. Também se esqueceu da sua intervenção no Peru, quando mandou um ancião da FAB buscar uma mulher condenada por corrupção, inclusive condenada por estar envolvida em falcatruas com empresas brasileiras.
Isso sem falar em grandes obras apenas em países comandados por esquerdistas ou por ditaduras, como Cuba. O presidente Lula também exagerou ao dizer que “possuímos instituições sólidas e independentes”. A imensa maioria dos brasileiros sabe que, neste momento, há sim uma frágil relação entre os Poderes e quem está mandando mesmo são alguns ministros do STF.
PERGUNTINHA
Como você analisa a afirmação do senador Confúcio Moura, sobre a possibilidade de serem eleitos senadores para cassar ministros do STF: “Isso é um movimento fascista, mais ou menos como houve fora, na época do Mussolini. Não é um nazismo cruel, é um fascismo, uma mudança no comportamento das pessoas, como se fosse uma boiada. Um sentimento de massificação de uma ideia”?