Em plena sexta-feira 13, data cercada por superstições e presságios sombrios, o ex-chefe da Casa Civil de Rondônia, Júnior Gonçalves, decidiu enfrentar seus próprios fantasmas políticos em uma coletiva de imprensa marcada por emoção, acusações graves e apelos por justiça. O encontro com os jornalistas, realizado em Porto Velho, teve como principal objetivo a defesa de sua honra e o enfrentamento público de uma série de denúncias que envolvem supostos desvios milionários no governo estadual.
Logo no início, Júnior deixou claro que sua motivação não era vingança. Com a voz firme e visivelmente abalado, destacou que os ataques que vem sofrendo atingem não apenas sua imagem, mas também a estabilidade de sua família e de instituições que deveriam ser protegidas. “Estão tentando desconstruir uma história construída com trabalho. O que querem, na verdade, é interferir nas eleições de 2026”, afirmou, referindo-se a uma suposta articulação para enfraquecer a imagem do seu irmão, o vice-governador Sérgio Gonçalves.
Negando envolvimento e apontando o dedo
Acusado de chefiar uma organização que teria desviado R$ 150 milhões da saúde e de outras secretarias, Júnior negou qualquer responsabilidade e esclareceu que a Casa Civil, órgão que comandou, não possui poder legal para compras, contratações ou movimentações financeiras. “Todas as decisões e ações passam pela ciência e autorização do governador Marcos Rocha”, enfatizou.
Mas foi ao tocar na questão da Polícia Civil que a coletiva ganhou contornos ainda mais delicados. Segundo Júnior, há uma tentativa de aparelhamento da instituição para perseguir opositores políticos. Ele citou nominalmente o deputado estadual Ribeiro do Simpol, que, segundo ele, estaria interferindo na cúpula da corporação e influenciando investigações de forma direcionada.
Família acuada e clima de medo
Entre pausas emocionadas, Júnior revelou que sua família está sendo profundamente impactada pelas denúncias. “Meus filhos estão sendo alvo de comentários e olhares maldosos. Meus pais têm medo de sair de casa. Isso não é política, é destruição de vidas”, desabafou.
Além de se defender, o ex-chefe da Casa Civil também lançou um apelo às autoridades: que apurem com seriedade as denúncias de abuso de poder e interferência política. Ele cobrou que a autonomia das instituições seja respeitada e que o Estado não seja usado como instrumento de perseguição.
Um recado direto ao governo
A coletiva terminou com um recado direto ao atual governo: “Não tenho medo da verdade. Se querem me investigar, que investiguem. Mas façam isso com justiça, e não com espetáculo.”
A fala de Júnior Gonçalves, nesta sexta-feira 13, não apenas agitou os bastidores da política rondoniense como também colocou luz sobre temas sensíveis como integridade institucional, abuso de poder e o uso político da máquina pública. Com as eleições de 2026 se aproximando, o clima é de tensão, e essa coletiva promete reverberar por muito tempo nos corredores do Palácio Rio Madeira.