O Governo Federal já avisou inúmeras vezes, a obra de reconstrução da Br-319, rodovia que liga os estados de Rondônia e Amazonas, é de grande importância, mas só será liberada, se respeitar as condicionantes que regem acerca da proteção da Floresta Amazônica. O desafio é reconstruir a Br-319 sem agredir a floresta. O trecho em questão tem aproximadamente 400 quilômetros. Também é conhecido como ‘meião’ e vai do ( Km 250 ao km 650).
Além das obrigações, a preservação dos povos originários que vivem na região, é outra exigência determinada nas condicionantes. Estudos, realizados até mesmo durante o governo de Jair Bolsonaro, associado com uma série de problemas, o projeto não passou no crivo das instituições ambientais.
Com as negativas, o contra-ataque passou a ser por meio das pressões. Apesar das solicitações, as entidades, lideradas por empresários dos estados de Rondônia e do Amazonas, declararam que ida deles a capital federal, será uma forma de pressionar a União e as instituições responsáveis. Nesta quarta 01/11, a caravana deixou Manaus e segue via Br-319 para Porto Velho, Rondônia.

Da capital rondoniense, todos irão rumar para o Distrito Federal. A previsão de chegada é domingo 05/11. A reportagem do News Rondônia apurou que a caravana é liderada por 192 parlamentares, sob a coordenação do deputado Fausto Júnio (União Brasil).
A agenda dos caravaneiros ainda é incerta, mas estaria uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro dos Transportes Renan Filho e a ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marina Silva. Por enquanto, nenhum dos encontros está agendado.
Em entrevista a rádios da Região Norte, o presidente do Brasil, foi questionado quanto a reconstrução da Br-319. Apesar de ser favorável, Lula, em nenhum momento demonstrou que atuaria para descomplicar o problema em Brasília, pelo contrário, o petista foi incisivo, afirmando que apesar dos inúmeros manifestos, a reconstrução só será autorizada se respeitar os trâmites que regem a legislação ambiental.
A decisão ainda recai nas questões econômicas e principalmente no âmbito internacional, pese o compromisso feito pelo petista as autoridades do planeta, que foi de zerar o desmatamento na Amazônia Legal.
“Decidimos construir um grupo especial para dar a palavra definitiva, se podemos ou não fazer a 319. – Quais problemas iremos criar de verdade, e o que podemos evitar. Na minha opinião pessoal, eu acho que nós podemos fazer com muito cuidado a 319 (Br), montando ponto de fiscalização até colocando gente das Forças Armadas para tomar conta desse pedaço da estrada, esse pedaço da floresta. Evitar que existam transtornos como invasões, ocupações, garimpeiros, madeireiros, ou seja, o que precisamos é dar garantias a sociedade. Ao povo de Rondônia e do Amazonas, que nós (governo) vamos tratar com responsabilidade para se tivermos que fazer essa estrada fazermos com maior critério de exigência”, disse Lula na época.
Em entrevista para a rádio CBN, de Manaus, o presidente da Força Sindical Vicente Filizola, afirmou que, uma audiência está agendada para as 15h do dia 8 de novembro, na Câmara dos Deputados. A proposta é acertar com os parlamentares uma possível agenda com Lula e seus ministros. Além dos representantes das instituições que atuam a frente dos estudos de impacto EIA/RIMA.
A reportagem apurou que o alvo da viagem é a ministra Marina Silva. Marina é vista como linha dura e não cede a pressões, principalmente quando o que está em jogo é o meio ambiente. Para os caravaneiros, Silva tem dificultado a reconstrução.
Um dos líderes da caravana e do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), na região Norte, Carlos Lacerda, vem afirmando, que a justificativa dos estudos “são fantasiosas, sem cabimento e que não existe desmatamento desde a construção da pista”.

A titular da pasta, respondeu aos questionamentos, afirmando que não cabe ao seu ministério liberar a reconstrução da Br-319, que tudo que foi comprovado, integra um diagnóstico encabeçado por diversos órgãos que apontam muita destruição, caso não respeitem os estudos. Marina, também refrescou a memória de todos, dizendo que “há 15 anos estava fora da pasta e neste período com a passagem de três presidentes, a reconstrução não foi feita, o que implica a dificuldade em torno do processo”.

Os estudos, apontam para a expansão vertiginosa de crimes na Amazônia. Eles já são presenciados, principalmente no chamado ‘arco do desmatamento’, uma nova fronteira agrícola que surgiu da invasão de terras públicas, no epicentro da AMACRO, sigla que faz referência aos nomes dos estados do Amazonas, Acre e Rondônia.