Por Wanglézio Braga
Da redação do News Rondônia
Qual a saída para o problema da superlotação nos presídios brasileiros? Essa foi à pergunta que o senador da república, Confúcio Moura (MDB) respondeu em postagem publicada ontem (22) no seu canal oficial, o Blog do Confúcio. Moura, ao seu estilo e ponderando sobre a realidade do país, concluiu que “o sistema atual não será resolvido por governo, nem federal, nem estadual e nem municipal”.
“Todo brasileiro sabe que temos uma “bomba relógio” com o estopim aceso. É a dramática e caótica situação dos presídios brasileiros. Como se diz – pior que as masmorras medievais. Temos muitos presos; uma das maiores populações carcerárias do mundo! E isto é pouco. Já imaginaram se todos os crimes fossem devidamente investigados, inquéritos abertos e criminosos presos? Onde seriam colocados? Não há vagas. Presídios cheios até a tampa. Com todo tipo de preso misturado. Até mulheres com homens, como se viu, anos atrás no Pará. Presos amarrados nas ruas, dentro de carros”, escreveu.
Na postagem, o Senador enalteceu o trabalho realizado nos últimos anos pela Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmem Lúcia, sobre visitas aos presídios brasileiros. Ele ainda defendeu que a união da classe empresarial com o governo seja uma das alternativas para a ressocialização.
“A ministra Carmem Lúcia correu presídios como uma Irmã Dulce. Olhando com seus olhos. E viu horrores. E viu também que o dinheiro do Fundo Penitenciário fica guardado no Governo Federal a sete chaves. Ela deu umas canetadas para “soltar” dinheiro, para fazer o mínimo do mínimo. Mesmo assim, bem pouco foi liberado. Creio que o empresariado pode entrar nos presídios, montar suas bases de serviços dentro deles; empregar os presos, ensinar este pessoal a trabalhar. E todo mundo deve ajudar. Mais ainda, do que simplesmente ajudar”, enalteceu.
Moura acrescentou ainda sua tese de que “as prefeituras podem empregar presos para serviços gerais, reparos, pavimentação de ruas; para fazer limpeza. Serviços burocráticos e tem tanto serviço numa cidade, que por mais trabalhadores, ainda será pouco. Enfim, podem treinar os jovens confinados e desesperados. Mais tarde esses jovens poderiam sair melhores das cadeias”.
“Ou se faz isto, ou todo mundo termina gastando muito mais com segurança, com apetrechos eletrônicos de vigilância. Enquanto isto, espera-se que seja feita a prevenção, que é a mais importante: escolas de boa qualidade para todos. Não é sonho. É possível”, concluiu.