O deputado federal e senador eleito de Rondônia, Marcos Rogério (PDT) foi mais uma autoridade a criticar o “dialeto secreto dos travestis” usado em uma questão da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) realizado no último domingo (04) em todo o país pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
Entre as questões da prova de Linguagens do ENEM, chamou atenção uma pergunta que abordava um dicionário criado somente para o vocabulário usado por travestis. Após a prova, diversos políticos compostos principalmente pela bancada evangélica tanto na Câmara quanto o senado criticaram a forma que o tema “diversidade” foi posto no exame. Entre os críticos o deputado federal rondoniense que classificou o “dialeto secreto” como algo desrespeitoso para com os estudantes.
“Uma coisa é o respeito à diversidade. Outra, bem diferente, é exigir que os nossos estudantes tenham conhecimento sobre o “dialeto secreto” utilizado por gays e travestis, ainda mais numa prova tão importante como o ENEM. Isso é um desrespeito com os nossos estudantes que se preparam e se dedicam o ano inteiro para prestar o Exame. Minha esperança é de que nos próximos anos o INEP se concentre em temas que tenham relação com o conteúdo didático ministrado nas salas de aula”, criticou o parlamentar em publicação no seu perfil oficial no Facebook nessa segunda-feira (05).
Após a publicação do senador eleito, diversos comentários foram feitos por seus seguidores. Alguns internautas confrontaram Rogério e não apoiaram seu ponto de vista. Já outros parabenizaram o deputado e também acreditam que “erro” da organização do Exame em usar temas como esses em provas de ensino.
“Acho que falta interpretação tanto do senhor senador, quanto das pessoas que estão aqui acusando o Mec de infiltrações esquerdistas. Em momento nenhum a questão exige que a pessoa tenha conhecimento sobre o dialeto da fala dos gays e travestis, mas sim interpretação de texto, abordando os mais variados temas, a questão em si aí exige que a pessoa saiba o que é um dialeto, e não a linguística dos “gays”, escreveu a internauta Eduarda Camargo.
“Onde uma questão assim ofende, desrespeita ou agride alguém? A prova chama-se "linguagens, códigos e suas tecnologias", que incluem: Língua portuguesa, Literatura, Língua estrangeira (Espanhol ou Inglês), Artes, Educação Física e Tecnologias da informação e Comunicação, por si só responde do que se trata esta questão”, respondeu o internauta Valdecir Júnior.