Que o café é uma paixão nacional todo mundo já sabe. O que talvez você não saiba é que esse amor custa caro aos nossos bolsos e quando ele é servido em gabinete parlamentar o sabor muda por completo a ponto de causar indigestão. Uma reportagem publicada ontem (07) pelo Congresso em Foco revelou que o deputado Nilton Capixaba (PTB) compõe um seleto grupo, composto por 68 deputados, que são “exigentes” na hora de consumir a bebida lá na Câmara Federal.
O petebista, segundo o jornal, é o que paga o aluguel mais caro entre o grupo. São R$ 977,00 reais por mês com a maquininha que serve, de acordo com o fabricante, oito tipos de bebida.
“Levando em consideração que o aluguel proporciona uma combinação de diversas bebidas e para proporcionar um atendimento melhor aos prefeitos, vereadores e diversas pessoas que visitam o meu gabinete, vejo que o aluguel da máquina é importante para os trabalhos do meu gabinete”, esclareceu Nilton Capixaba.
O petebista atribui a diferença entre o aluguel pago por ele e outros parlamentares a uma “cláusula contratual”. Considerando-se a média de funcionários por gabinete, cada bebida extraída de uma máquina de expresso pode custar até R$ 2,39 por dia. Do valor total, R$ 575,8 mil foram gastos na legislatura pelos deputados e os outros R$ 22,3 milhões pelas três lideranças partidárias.
Segundo apurado pelos repórteres Joelma Pereira e Lúcio Batista, o valor gasto com o cafezinho, chocolate quente, cappuccino, sai da cota para o exercício da atividade parlamentar, uma verba pública destinada a cobrir gastos atribuídos pelos congressistas ao mandato, como aluguel de escritório político, passagens aéreas, locação de veículos e despesas com combustíveis. A prática não é ilegal. A brecha está associada ao uso da cota para a manutenção do gabinete.