A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (10 de dezembro), a Operação Lage em Chamas. O objetivo é combater crimes de grilagem de terras públicas e incêndio criminoso em terra indígena em Rondônia. A área afetada é a Terra Indígena (TI) Igarapé Lage, que fica localizada entre os municípios de Nova Mamoré (RO) e Guajará-Mirim (RO).
A Justiça Federal expediu cinco mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos pela PF. As investigações indicam que um grupo criminoso promoveu a ocupação ilegal da TI, realizando desmatamento em larga escala. Em seguida, o grupo dividiu a terra indígena em lotes para venda.
Ataques e desmatamento na TI Igarapé Lage
A TI Igarapé Lage foi demarcada em 1981 e abriga cerca de mil habitantes, distribuídos em mais de seis aldeias. Desde o final de 2022, a região já registrou o desmatamento de mais de 800 hectares.
Há fortes indícios de que os suspeitos de grilagem e incêndio criminoso em terra indígena em Rondônia incendiaram a residência de uma família indígena em agosto de 2024. O ato seria uma forma de coação para forçar a família a deixar o território. Neste ataque, sete indivíduos encapuzados invadiram a TI, efetuaram disparos de arma de fogo e incendiaram a residência e uma motocicleta. A família, que incluía crianças, foi obrigada a fugir do local.
Crimes e ações anteriores
O grupo investigado chegou a dividir ilegalmente cerca de 70 quilômetros quadrados em 100 lotes, mesmo sabendo que a área é propriedade da União e de uso exclusivo das comunidades indígenas.
A Polícia Federal, com apoio de forças de segurança, órgãos ambientais e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), já realizou dez operações na região entre 2024 e 2025. Essas ações anteriores resultaram na retirada de dezenas de invasores, apreensão de equipamentos e destruição de estruturas clandestinas.
A partir da análise dos materiais apreendidos em operações anteriores, novos envolvidos foram identificados, o que resultou no cumprimento dos novos mandados nesta quarta-feira. Os investigados poderão responder por crimes relacionados à ocupação ilegal, desmatamento, associação criminosa e o ataque violento à família indígena.










































