O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, pediu ao Parlamento que aprove um aumento no orçamento da PF, elevando o valor de R$ 1,8 bilhão (em 2023) para, ao menos, R$ 2,5 bilhões na Lei Orçamentária Anual (LOA).
O aumento dos recursos, segundo Rodrigues, é fundamental para ampliar as Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (FICCOs). Estas forças-tarefas são coordenadas pela PF em parceria com forças de segurança estaduais para o combate às facções.
Crítica ao PL Antifacção e necessidade de recursos
Rodrigues criticou ainda o texto do Projeto de Lei (PL) Antifacção em tramitação na Câmara. Ele apontou que o projeto, na forma atual, prevê a retirada de recursos de fundos federais, como o Funapol e o Fundo de Segurança Pública, o que traria prejuízo à PF, contrariando a necessidade de ampliação orçamentária.
O chefe da PF também alertou que o texto do PL pode criar conflitos entre normas já existentes. Isso resultaria em “grande confusão processual, nulidades, trocas de foro, de competência”, prejudicando o sistema investigatório.
Andrei Rodrigues avalia que o efetivo atual da instituição, que conta com 13 mil policiais (incluindo 2 mil servidores administrativos), é “diminuto”.
A PF tem um quadro de 15 mil policiais previsto em lei. No entanto, o diretor-geral estima que a PF precisaria dobrar esse número de policiais para atender com maior eficiência todas as demandas a médio e longo prazos. Ele lembrou que a instituição tem diversas responsabilidades, além da investigação, como controle de armas e emissão de passaportes.
Descapitalização do crime e desafios digitais
Respondendo ao senador Alessandro Vieira (MDB-SE), relator da CPI, Rodrigues defendeu que as prioridades no combate às facções devem ser a descapitalização dos recursos das organizações e a prisão de seus líderes.
A PF passou a abrir, concomitantemente à investigação contra o crime, uma investigação patrimonial para atacar o poder econômico das facções.
O total de bens efetivamente apreendidos de organizações criminosas subiu de R$ 1 bilhão em 2022 para R$ 3 bilhões em 2023. Em 2024, o valor alcançou R$ 6,4 bilhões, e a estimativa para 2025 é chegar a cerca de R$ 9 bilhões em dinheiro, imóveis, veículos, aeronaves e embarcações.
O diretor-geral da PF alertou que a digitalização da economia, por meio de fintechs e criptomoedas, tem dificultado o combate ao crime organizado. Ele ponderou que o crime está em um “passo digital” enquanto o Estado, muitas vezes, ainda se encontra em um “momento analógico”.










































