A megaoperação realizada pelo governo do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha resultou na apreensão de 93 fuzis, 26 pistolas e um revólver. A ação policial, que ocorreu na terça-feira (28), teve um saldo de mais de 120 mortos.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou ter apreendido sete tipos diferentes de fuzis, sendo: AR-15 (28), AR-10 (21), AK-47 (16), FAL (14), G3 (12), Benelli MR1 (1) e Mauser (1).
Alerta para as “armas fantasmas”
Um especialista em armas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o policial federal Roberto Uchôa, identificou cinco dos modelos e destacou a presença de armamentos chamados de “armas fantasmas” (ghost guns).
Uchôa explicou que esses armamentos são modificados pelos criminosos e montados dentro do território nacional com peças genéricas.
“Isso é um sintoma de que as armas estão sendo montadas dentro do Brasil. Isso tem cada vez aparecido mais”, disse o especialista.
Segundo a Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos (CFAE), da Polícia Civil do Rio, o valor das armas apreendidas é de R$ 9,3 milhões, e pode chegar a R$ 12,8 milhões se somadas munições, carregadores e miras.
Armas de forças armadas de países vizinhos
O delegado Vinícius Domingos, chefe da CFAE, detalhou que quase 90% dos fuzis de plataforma AR são falsificados ou copy fake. Além disso, foram encontradas armas que pertencem às Forças Armadas de países vizinhos e do Brasil:
Venezuela: 2 armas de tropas.
Argentina: 1 arma de tropas.
Peru: 1 arma de tropas.
Brasil: 2 armas de tropas.
O delegado afirmou que as armas apreendidas passarão por perícia para serem incluídas em um banco de dados do governo estadual. Algumas delas poderão ser destinadas para reforçar as forças policiais, enquanto as demais serão destruídas em até três anos.
Centros de distribuição do crime organizado
O secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, disse que os complexos da Penha e do Alemão se tornaram centros de distribuição de armas e drogas para outras favelas da capital.
“Chegam em torno de 10 toneladas de drogas por mês nessas comunidades. E depois são negociados, nestes complexos, cerca de 50 a 70 fuzis por mês que chegam a esse complexo e são distribuídos para outras comunidades do Rio de Janeiro”, afirmou o secretário.
Roberto Uchôa, do FBSP, alertou, contudo, que o real impacto no poderio de fogo da facção criminosa só será benéfico a longo prazo se for feito um trabalho de perícia aprofundado, que ajude a identificar o circuito que as armas percorreram.









































