O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, atualizou o balanço da Operação Contenção, realizada na última terça-feira (28) pelas polícias Civil e Militar. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (29), ele informou que a operação resultou em 119 mortos, sendo 115 civis e quatro policiais.
As autoridades de segurança pública admitem que o número de vítimas pode aumentar, uma vez que moradores continuam retirando corpos de áreas de mata. Felipe Curi defendeu a ação, afirmando que as pessoas mortas reagiram com violência à polícia. No total, 113 prisões foram realizadas, incluindo 33 indivíduos de outros estados.
Ação planejada versus “chacina”
Questionado sobre a alta letalidade, Curi afirmou: “A polícia não entra atirando, entra recebendo tiro”. Ele completou que a operação mais letal da história do estado estava planejada, mas “o resultado quem escolheu não foi a polícia, foram eles [os criminosos]”.
O secretário rejeitou o termo “chacina”, usado por movimentos sociais e defensores dos direitos humanos. “Chacina é a morte ilegal. O que fizemos ontem foi ação legítima do estado para cumprimento de mandados de apreensão e prisão”, declarou.
Combate ao Comando Vermelho
O objetivo principal da Operação Contenção era conter o avanço do Comando Vermelho. Foram cumpridos 180 mandados de busca e apreensão e 100 de prisão. O secretário Curi classificou a ação como “o maior baque que Comando Vermelho levou”, citando a grande perda de armas, drogas e lideranças.
Foram apreendidas 118 armas, incluindo 91 fuzis. As autoridades estão tratando as pessoas mortas como criminosas autoras de tentativa de homicídio contra os policiais.
Controvérsia sobre os corpos
O secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, disse que a letalidade era previsível, mas não desejada. Ele limitou o número de vítimas a quatro policiais e quatro feridos inocentes, afirmando que os demais eram criminosos que optaram pela reação violenta.
Contudo, a própria comunidade e familiares reuniram corpos retirados da mata em uma praça no Complexo da Penha. Questionado sobre o motivo de a polícia não ter feito a remoção ou prestado socorro, Victor dos Santos alegou que a corporação não tinha conhecimento desses corpos. “Muitos são baleados e entram na mata procurando ajuda”, disse.









































