A Aldeia Aperoí, pertencente ao Povo Indígena Puruborá, localizada no quilômetro 32 da BR-429 (RO), foi novamente vítima de um incêndio criminoso, por volta das 21 horas de segunda-feira (20). O fogo foi ateado nos fundos da Escola Indígena Ywara Puruborá e destruiu completamente a maloca tradicional da comunidade.
Essa maloca não era apenas uma construção de palha. Ela representava o coração espiritual e cultural do Povo Puruborá, um espaço sagrado e coletivo construído com enorme esforço e união, onde a comunidade se reunia para reafirmar sua história, memória e ancestralidade. O ato criminoso é visto como uma tentativa de destruir a cultura e a força de um povo que resiste há séculos.
Este ato de violência se soma a uma sequência de ataques e ameaças direcionadas à comunidade Puruborá. No último sábado, a residência da Cacica da Aldeia Aperoí foi alvo de disparos de arma de fogo. Tais ações são interpretadas como tentativas de intimidar e silenciar as lideranças indígenas que lutam pela vida, pelo território e pela dignidade de seu povo.
O texto denuncia ainda que a violência está sendo alimentada por agentes políticos locais, como vereadores e moradores, que estão espalhando fake news, desinformação e discursos de ódio. Esses discursos estimulam o preconceito e reforçam o clima de violência contra o Povo Puruborá, agravando o descaso do Estado.
Exigências de Justiça
Diante da violência e da destruição de seus espaços sagrados, o Povo Puruborá exige justiça e proteção urgente. As principais demandas são:
Investigação imediata e punição dos responsáveis pelo incêndio criminoso e pelos disparos.
Proteção urgente às lideranças e a toda a comunidade Puruborá.
Punição de todos os culpados, incluindo aqueles que estimulam a violência.
O Povo Puruborá reitera que, apesar da violência e do descaso do Estado, a resistência e a ancestralidade irão prevalecer. A maloca queimada será reconstruída, simbolizando a força que renasce todos os dias.