A Polícia Civil de Rondônia deflagrou nesta sexta-feira (17) a Operação Ouro de Areia, com o objetivo de desmantelar um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. A ação foi conduzida pela 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO2), que faz parte da DECCO, e contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Rondônia.
As investigações da Polícia Civil apontam que a Assembleia Legislativa de Rondônia (ALERO) era o local onde operava uma estrutura criminosa que utilizava cargos fantasmas para desviar verbas estaduais.
Esquema e prisões no desvio de recursos públicos
Um servidor público foi identificado como o líder e articulador do grupo, sendo responsável por recrutar membros, comandar as operações e planejar os crimes. O esquema consistia na nomeação de pessoas para cargos comissionados de assessor, que recebiam a remuneração mensal sem, no entanto, exercerem qualquer função de fato. Há indícios de que esses “funcionários fantasmas” continuavam a trabalhar em outros locais, usando o cargo na ALERO apenas para o desvio.
Além do recebimento de salários indevidos, os integrantes do esquema realizavam empréstimos consignados junto ao Banco do Brasil, cujos valores eram rapidamente distribuídos entre os participantes da rede criminosa.
A Justiça decretou a prisão preventiva do líder da organização. A operação também cumpriu mandados de busca e apreensão em oito endereços residenciais, além da própria ALERO. Como parte das medidas cautelares, três servidores foram suspensos por 90 dias e foram proibidos de acessar repartições públicas e de manter contato com vítimas e testemunhas.
O nome da operação, “Ouro de Areia”, remete a uma falsificação que simula valor onde não existe. A analogia reflete o crime investigado, onde a criação de funcionários e cargos fantasmas dava uma ilusão de legitimidade a nomeações, salários e documentos, encobrindo o desvio de recursos públicos para fins ilícitos. A Polícia Civil reafirma o compromisso com o combate à corrupção e a garantia da correta aplicação dos recursos.