São Paulo (SP), 14 de outubro de 2025 — O contador e empresário Rodrigo de Paula Morgado, autointitulado “expert em redução de impostos”, foi identificado pela Polícia Federal (PF) como o operador financeiro do esquema milionário de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico internacional de drogas, durante a Operação Narco Bet, deflagrada nesta terça-feira (14).
Morgado foi preso em Santos (SP) por determinação da Justiça Federal. Na residência dele, agentes apreenderam carros importados de luxo, incluindo uma McLaren 765LT Spider 2022, avaliada em mais de R$ 5 milhões.
Como funcionava o esquema
Segundo a investigação, Morgado teria atuado como:
- Procurador e representante legal de diversas empresas de fachada utilizadas no esquema;
- Centralizador operacional e financeiro, movimentando recursos provenientes do tráfico de drogas, criptomoedas e casas de apostas;
- “Banco particular” de investigados, como o influencer Buzeira, com repasses que somaram cerca de R$ 19,7 milhões;
- Intermediador na compra de barco apreendido com 3 toneladas de cocaína transportadas entre Cabo Verde e Espanha, avaliada em mais de R$ 631,8 milhões.
O inquérito aponta que Morgado também promoveu transações milionárias para aquisição de imóveis, veículos de luxo, embarcações, joias e armas, além de emissão de notas fiscais fraudulentas e criação de holdings e contratos de “sócio oculto” para blindagem patrimonial.
Evidências e provas
Durante a Operação Narco Vela, em abril, a PF apreendeu um celular de Morgado que permitiu acessar arquivos em nuvem, cruzados com relatórios do COAF, revelando o fluxo financeiro das empresas de fachada e apostas. Entre as movimentações, destaque para R$ 6,5 milhões transferidos para a empresa Integration Empreendimentos Imobiliários Ltda., destinados à compra de mansão vinculada ao influencer Buzeira.
As investigações apontam ainda que diversas empresas abertas por Morgado tinham sócios jovens de outros estados, endereços irregulares e indícios de falsificação documental.
Defesa
O advogado Felipe Pires de Campos, representante de Morgado, afirma que o contador sempre atuou dentro dos limites legais da profissão e reforça que ele é inocente. “Confiamos que, com o avanço das investigações, a inocência de Rodrigo Morgado será plenamente reconhecida”, declarou.