A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (9) uma nova fase da Operação Sem Desconto, investigando um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em benefícios do INSS. A ação conta com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).
Foram cumpridos 66 mandados de busca e apreensão em oito unidades da federação: São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e Distrito Federal. Além disso, houve bloqueio de cerca de R$ 400 milhões em bens de investigados.
Segundo a PF, o objetivo é aprofundar as investigações sobre crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa e dilapidação patrimonial.
Sindicato de aposentados:
Entre os alvos está o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi). O vice-presidente da entidade é Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não é investigado. Buscas ocorreram na sede do sindicato em São Paulo e na residência de diretores, incluindo o presidente Milton Baptista de Souza Filho, que tem depoimento marcado para a CPMI do INSS.
Em nota, o Sindnapi afirmou estar surpreso com as medidas e reiterou o repúdio a qualquer alegação de ilegalidade, destacando que irá comprovar a lisura de sua atuação.
Contexto:
A Operação Sem Desconto começou em abril de 2025, visando coibir descontos indevidos de mensalidades associativas sobre aposentadorias e pensões. O caso levou à abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI).
Estima-se que entidades investigadas tenham descontado cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Ao menos seis servidores públicos foram afastados de suas funções.