A Polícia Federal (PF) prendeu, preventivamente, o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Trivellato Seabra Filho, e o diretor do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Rodrigo de Melo Teixeira. As prisões ocorreram em Brasília, nesta quarta-feira (17), como parte da Operação Rejeito, deflagrada pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela PF. A investigação mira supostas fraudes no processo de autorização para a exploração de minério de ferro em Minas Gerais.
Além das prisões, foram cumpridos 79 mandados de busca e apreensão. Os investigados, que ocupam cargos públicos, serão afastados de suas funções por determinação da Justiça Federal. Eles são acusados de crimes ambientais, usurpação de bens da união, corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro, entre outros.
Segundo a PF, os investigados fraudavam autorizações e licenças ambientais para extrair minério de ferro de forma irregular. A extração ocorria em locais tombados e próximos a áreas de preservação, causando “graves consequências ambientais”. A operação revelou que o grupo criminoso corrompia servidores de órgãos estaduais e federais, como a ANM, para obter as licenças e atuar de forma ilegal.
A PF estima que o esquema criminoso tenha faturado ao menos R$ 1,5 bilhão. A Justiça Federal de Minas Gerais determinou o bloqueio das contas dos investigados no mesmo valor. Além dos dois diretores, outros 20 investigados, cujos nomes não foram divulgados, foram alvo de mandados de prisão preventiva. As instituições envolvidas, ANM e SGB, informaram por meio de notas oficiais que estão à disposição para colaborar com as investigações.