Um homem apontado como um dos maiores traficantes de animais silvestres do Brasil foi preso em Salvador, na Bahia, durante a Operação Fauna Protegida. A ação, coordenada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), investiga uma organização criminosa que atuava em diversos estados com tráfico de animais, maus-tratos, receptação qualificada e lavagem de dinheiro.
O líder do grupo criminoso, que não teve seu nome divulgado, é investigado por comercializar centenas de aves ilegalmente. Entre as espécies vendidas, estavam estevão, canário e papa-capim, que podiam atingir preços de até R$ 80 mil. As investigações indicam que o suspeito atuava há mais de 20 anos no tráfico de animais. Apesar de ter diversas passagens pela polícia, essa é a primeira vez que ele é preso por crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Estrutura da organização
A operação resultou na prisão preventiva de um dos principais fornecedores de animais da organização e no cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão. Em um dos locais, dezenas de galos foram encontrados em situação de maus-tratos, criados para rinhas ilegais.
Segundo as investigações, a organização criminosa tinha uma estrutura bem definida, com quatro núcleos de atuação:
Captadores e Fornecedores: Responsáveis pela caça ilegal em áreas rurais da Bahia e pelo acondicionamento precário das aves.
Transportadores: Encarregados de levar os animais, em condições de severos maus-tratos, até os pontos de comercialização.
Núcleo Financeiro: Responsável por movimentar os recursos ilícitos, utilizando contas bancárias para ocultar a origem do dinheiro.
Destinatários e Receptadores: Localizados principalmente em Salvador, compravam os animais para revendê-los.
A promotora de Justiça de Meio Ambiente, Aline Salvador, destacou que a operação é uma resposta contundente do Estado contra os crimes ambientais. As investigações continuarão para a complementação das provas e a formalização da denúncia criminal.