Uma grande operação policial desarticulou um esquema criminoso comandado por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), no setor de combustíveis. Parte da investigação revelou que o grupo utilizava metanol (CH₃OH) para adulterar a gasolina e o etanol. Essa substância, embora tenha usos legítimos na indústria, é altamente tóxica, inflamável e não é permitida em grandes concentrações nos combustíveis.
O metanol é um álcool simples, incolor e com odor similar ao do álcool comum. Conhecido historicamente como “álcool da madeira”, hoje é produzido principalmente a partir do gás natural. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) permite sua presença em no máximo 0,5% da composição da gasolina ou etanol. No esquema criminoso, porém, a concentração do produto chegava a 90% em alguns postos.
Riscos do metanol para veículos e saúde
A presença excessiva de metanol nos combustíveis representa sérios perigos. Para os veículos, a substância é corrosiva e pode danificar peças, sistemas de injeção e mangueiras, levando a falhas graves no motor, mesmo após o primeiro abastecimento.
Para a saúde humana, os riscos são ainda maiores. A ingestão, inalação ou contato prolongado com a substância pode causar intoxicação, levando a sintomas como náuseas e tontura. Em casos mais graves, pode provocar cegueira permanente e até a morte. Além disso, o manuseio inadequado do metanol pode resultar em incêndios e explosões, devido à sua alta inflamabilidade.