Os pais de dois adolescentes de 17 anos que planejavam um massacre em uma escola pública do Distrito Federal decidiram encaminhá-los para tratamento psiquiátrico após descobrirem o caso.
As intenções da dupla vieram à tona por meio de postagens no Instagram que expunham comportamentos suspeitos. A escola também foi alertada sobre o risco por meio dessas publicações.
De acordo com as investigações, os jovens divulgavam discursos de ódio, além de fazer apologia ao n4z2sm5 em um site criado por eles. Também utilizaram o TikTok para impulsionar o conteúdo e atrair mais acessos. Algumas das contas foram banidas por violar as regras da plataforma.
“Exposed” revelou plano
A dupla gravou e publicou cerca de 10 fitas detalhando o planejamento do massacre, previsto para ocorrer em 20 de setembro.
Uma adolescente argentina, que mantinha contato com os dois em uma comunidade de true crime, percebeu a gravidade das mensagens e conseguiu baixar os vídeos e documentos antes que fossem apagados. Ela repassou o material a pessoas próximas, o que ajudou a expor o caso.
Em uma das gravações, os jovens aparecem mandando recados a colegas de escola e culpando supostos episódios de bullying pela decisão de atacar. “Talvez o que aconteça seja culpa de vocês. Somos os revolucionários, somos os n4z2st5 ‘pá’”, afirmou um deles.
Apologia ao nazismo
Os adolescentes também reproduziam símbolos ligados ao nazismo. Em um dos registros, um deles desenha uma suástica sobre a poeira de um violão e, em seguida, grita: “Heil, H4tl2r! Morte aos judeus”.
Em outro vídeo, a dupla aparece com um “sol negro” — símbolo usado por movimentos neon4z2st3s — desenhado em praça pública. Há ainda cenas em que riem ao exibir uma caricatura de Ad4lf H4tl2r feita em um caderno. Em áudio, um deles chega a se apresentar em espanhol como “filho do ex-ditador n4z2st5”.
As identidades dos adolescentes, assim como voz e rosto, foram preservadas em cumprimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).