Uma mãe de 41 anos procurou a reportagem para relatar os abusos que sua filha de 9 anos, diagnosticada com TDAH, vinha sofrendo na área rural de Vilhena. O agressor é um tio-avô idoso, que cometia os crimes na casa da própria menina. A criança, que sofre de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, só conseguiu se abrir após uma palestra do “Maio Laranja” em sua escola, revelando a dura realidade à professora.
A mãe conta que, quando questionou a filha por não ter revelado o abuso antes, a menina respondeu: “A senhora não ia acreditar em mim”. Ciente da dificuldade de provar as acusações contra o parente, a mãe decidiu não confrontá-lo imediatamente. Ela instalou quatro câmeras de monitoramento na casa e, em 20 dias, os equipamentos flagraram as agressões, registrando o idoso tocando a criança de forma indevida. As cenas aconteceram à vista de todos, na sala da residência, mas sem que a família percebesse.
Com as provas em mãos, a mãe procurou a polícia, o Conselho Tutelar e o Ministério Público. Após uma aparente demora na investigação, ela também acionou o Ministério Público Federal, o que fez o caso ganhar força. Um inquérito policial foi instaurado e a audiência em que a mulher e o acusado ficarão frente a frente já está marcada para a próxima semana, na Justiça de Vilhena.
A mulher, que preferiu não se identificar, decidiu expor o caso para alertar outras famílias. Ela espera que seu relato ajude a mostrar que pessoas “acima de qualquer suspeita” podem ser agressores, e que é preciso redobrar a atenção e proteger as crianças.