Mais um acidente de trânsito em Porto Velho revela a combinação perigosa entre imprudência e infraestrutura precária. Neste domingo (20), um cabo da Polícia Militar, de 33 anos, ficou ferido após a colisão de três veículos no cruzamento das ruas Angico com Nova Esperança, no bairro Caladinho, zona sul da capital.
O militar conduzia um Gol pela via preferencial quando foi atingido por uma caminhonete que invadiu a pista sem respeitar a sinalização. Com o impacto, o carro da vítima ainda foi lançado contra um Onix que estava estacionado. Resultado: o policial foi socorrido ferido à UPA Sul e o trânsito da região ficou mais uma vez marcado por caos e irresponsabilidade.
Casos como este, infelizmente, se repetem. Mas há um agravante: mesmo sendo vítima, o policial será apenas mais um número nas estatísticas crescentes de acidentes urbanos. O descaso com educação no trânsito, a falta de fiscalização real e cruzamentos mal planejados — como tantos espalhados pela cidade — fazem da mobilidade urbana uma roleta russa.
Porto Velho cresce, mas seu trânsito permanece ancorado em práticas ultrapassadas, onde prevalece a “lei do maior”, a ausência de empatia ao volante e o total desprezo pelas regras básicas de convivência viária. Se até um agente da segurança pública, treinado e atento, não escapa do desrespeito à sinalização, o que esperar dos cidadãos comuns?
A presença da PM para registrar a ocorrência é importante. Mas é preciso mais: ações efetivas de prevenção, reestruturação da malha viária e campanhas educativas contínuas. O trânsito não é só um espaço de deslocamento: é também um reflexo da nossa cultura cidadã — ou da falta dela.