O aumento de crimes praticados por apenados que utilizam tornozeleiras eletrônicas tem gerado preocupação entre os policiais de Vilhena. O sistema, criado como alternativa para reduzir a lotação nos presídios, vem apresentando falhas constantes, principalmente com equipamentos desligados ou burlados pelos próprios monitorados.
Nos últimos meses, tornou-se frequente a prisão de indivíduos usando tornozeleiras, muitas vezes desligadas, que continuam praticando crimes na cidade. Segundo os policiais, mesmo quando o dispositivo está ativo, criminosos utilizam métodos para bloquear o sinal de rastreamento, impedindo que as autoridades acompanhem seus deslocamentos.
Além disso, uma situação recorrente desanima os agentes de segurança. Quando as prisões ocorrem durante a noite, a Polícia Civil não realiza os procedimentos de praxe, como o exame de corpo de delito, e a Colônia Penal se recusa a receber o detido por falta de registro da ocorrência, o que obriga os policiais militares a liberarem o suspeito.
Um caso recente expôs outro problema: após deter um homem monitorado, a guarnição tentou confirmar com a Colônia Penal a rota permitida ao apenado. No entanto, foi informada de que ninguém no plantão tinha acesso ao sistema de monitoramento, pois a senha estava sob responsabilidade de um único funcionário, que não foi localizado.
Diante desse cenário, cresce a percepção de que o monitoramento eletrônico, além de ineficaz em alguns casos, tem gerado frustração nas forças de segurança que atuam na linha de frente no combate ao crime.