Foi identificado como J.V.O., de 57 anos, a terceira vítima da chacina registrada na zona rural de Vilhena, a cerca de 60 km da cidade, em uma área conhecida por conflitos agrários. Além dele, também foram mortos A.O., de 44 anos, assessor parlamentar, e sua companheira L.C.S., de 36, natural de Rondonópolis (MT). Os corpos foram encontrados na manhã de segunda-feira (16), próximos a uma casa totalmente incendiada.
Familiares de A.O. relataram que foram impedidos de se aproximar dos corpos, que estavam carbonizados, impossibilitando identificar, a princípio, sinais visíveis de violência.
Segundo os parentes, o casal não tinha o costume de ir a locais tão distantes e, inclusive, não levou bolsa ou objetos pessoais, o que indica que planejavam retornar no mesmo dia, sábado (14), data provável dos assassinatos. Apesar das queimaduras, o forte odor dos corpos sugere que as mortes ocorreram ainda naquela noite. A confirmação oficial, no entanto, depende dos exames laboratoriais, com resultados previstos para cerca de um mês.
Quem era L.C.S.?
Companheira de A.O. desde dezembro do ano passado, L.C.S. se preparava para iniciar um trabalho em uma empresa terceirizada que presta serviços a um órgão municipal. Ela era moradora de Araputanga, no estado de Mato Grosso. A notícia da morte já foi comunicada à comunidade religiosa da qual fazia parte, mas ainda não há definição sobre o local do sepultamento.
Quem é o dono do sítio?
Um dos pontos que intriga a família de A.O. é sobre a real posse do sítio onde aconteceu a chacina. Eles acreditam que J.V.O., também conhecido como “Batata” ou “Caseiro”, não seria o proprietário, mas apenas alguém que cuidava do local.
Informações repassadas apontam que, no início deste ano, J.V.O. chegou a procurar o gabinete do vereador para relatar ameaças de morte e intimidações feitas por supostos invasores de terras, que exigiam que ele deixasse a área.
O imóvel onde ocorreu o crime, assim como outras propriedades da região, não possui documentação regularizada, o que dificulta a identificação do verdadeiro proprietário. Moradores locais podem auxiliar as investigações sobre quem se apresentava como dono da terra.