A morte de M.A.R., de 43 anos, moradora de MT, após complicações em uma cirurgia estética realizada na Bolívia no domingo (25), revelou a existência de vilhenenses que atuam como agenciadoras para esse tipo de procedimento no país vizinho.
Segundo o jornal El Deber, M.A.R. passou por duas intervenções em Santa Cruz de La Sierra nos últimos sete meses. O Ministério Público boliviano apurou que a causa da morte foi um choque hipovolêmico, decorrente de lesão na veia cava, identificada em laudo necroscópico.
O promotor D.O. relatou que a filha da vítima informou que sua mãe já havia feito uma cirurgia anterior, mas retornou à Bolívia insatisfeita com o resultado para um novo procedimento, que terminou de forma trágica. O cirurgião responsável está sendo investigado por homicídio culposo e foi convocado para prestar depoimento.
Em Vilhena (RO), pelo menos três mulheres atuam como “promotoras” de cirurgias estéticas na Bolívia, intermediando o agendamento de procedimentos. Uma delas afirmou à reportagem que exige a realização de exames médicos antes da viagem. No entanto, segundo ela, há casos de pacientes que omitem informações ou até falsificam documentos para agilizar a cirurgia.
Uma moradora de Vilhena, de 58 anos, contou que realizou implante de silicone há dois anos em clínica boliviana e relatou boa experiência. Após um acidente de moto, precisou refazer o procedimento no mesmo local e voltou satisfeita com o resultado, destacando que seguiu corretamente as exigências médicas da clínica.
A prática de buscar cirurgias mais acessíveis financeiramente em clínicas da Bolívia levanta preocupações quanto à segurança dos procedimentos e ao acompanhamento dos profissionais envolvidos.