Foram duas ações integradas durante o final de semana, sendo uma em Cochabamba, com a destruição de dois laboratórios localizados na província do Chapare, especificamente em Villa Tunari.

Em agosto, um relatório do governo boliviano apontou esta região como a maior “infestação” de laboratórios usados na fabricação e processamento de cloridrato de cocaína entre seus nove estados. O Chapare, além de ter o maior número de laboratórios por km², opera com filiais para a “cristalização da cocaína”.

No departamento (estado) do Beni, vizinho a Rondônia, a FELCC apreendeu 600 pacotes de pasta base. A droga estava escondida em uma fazenda desta região, que contava até com uma pista clandestina para transportar a produção até o mercado. Na propriedade, dois homens, com idades entre 29 e 30 anos, foram presos. Houve também a apreensão de duas motos.

“Política antidrogas provoca bloqueios nas rodovias.”
A política antidrogas e de combate ao crime organizado, adotada pelo ministro Carlos Eduardo Del Castillo Del Carpio, tem provocado conflitos dentro do Estado Plurinacional da Bolívia, em especial com os narcotraficantes.

Para tentar interferir de alguma forma nos trabalhos da Justiça, os criminosos passaram a adotar bloqueios rodoviários, usando a mão de obra campesina. Segundo o ministro, essa é uma “estratégia para pressionar a saída dele pelo presidente Luiz Arce”. Nos bastidores, é sabido que existe uma espécie de carta de anuência concedida por Arce a Del Castillo.

Motivos?
Eduardo Del Carpio vem afrontando de forma inédita os cartéis de cocaína, principalmente o “Narcosul”, que conta com investimentos da Ocrim PCC do Brasil. A destruição de laboratórios ocorre rotineiramente, inclusive com operações chefiadas pessoalmente por ele, na companhia de homens da Força Especial de Luta Contra o Crime. Del Castillo não visa apenas o aspecto operativo. No cenário político boliviano, existe um projeto dele em andamento com foco nas próximas eleições.