Por Emerson Barbosa
fotos: PF
Em uma área, totalmente protegida por Lei, uma retroescavadeira e mais 2 escavadeiras eram usadas pelos criminosos para extrair ouro. Como se trata de objetos utilizados em um crime contra o patrimônio da União, o fim foi a destruição.
Destruição mesmo pode ser vista do alto. Nas imagens feitas pelos federais, um clarão aberto em meio ao campo revela o fim daquilo que foi um dia floresta. No chão, buracos onde o mineral vinha sendo extraído. Imagens também denunciam o desvio do curso de um leito d’água para dar lugar a uma barragem. A interferência é proibida pelas leis ambientais brasileiras.
As ações de combate e repressão tiveram início no domingo, (14) se estendendo até terça. Com o nome de operação (Uro Praesidium), as execuções policiais contaram com o apoio do Instituto Nacional dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), no interior da terra indígena dos Uru-eu-Wau-Wau, em Cacoal, Rondônia.
A intervenção, aconteceu justamente no mesmo dia em que, a ativista Txai Suruí, a coordenadora da Associação Etnoambiental (Kanindé), Ivaneide Cardozo, indígenas e um grupo visitantes, foram interceptados por homens que se intitulavam donos de terras no PAD-Burareiro.
Na cena, ‘Walela Soet Xeige’ é vista em meio aos homens que estão sendo apontados como invasores da terra indígena. Incra e Funai registram a área como sendo dos Uru-eu-Wau-Wau numa disputa há mais de 40 anos.
O resultado da operação também fala na apreensão de quatro motores, madeira e na prisão de um suspeito. A PF calcula em R$ 4 milhões o prejuízo dos criminosos com a destruição dos equipamentos.