Por Emerson Barbosa
Vídeos publicados nas redes sociais mostram uma capital sitiada por criminosos. Os estampidos de tiros que saem das armas dos marginais são ouvidos a quilômetros. Dentro das casas, moradores aprisionados narram o medo de viver em bairros dominados por faccionados. “Bairrozinho abençoado esse da ‘Sobral’ (Baixada da Sobral). Faixa de Gaza”, diz um morador que filma o embate entre os criminosos da porta de casa.
Imagem Dhárcules Pinheiro
Nas redes sociais, o relato de uma moradora pega de surpresa pelo confronto quando estava na rua. “Nossa, ontem eu corri parecendo que eu estava em uma maratona, fiquei com muito medo, estava vindo do mercado”.
A onda de violência que começou há dois já fez mortos e feridos. Na sua maioria, os próprios bandidos que pertencem as organizações criminosas Comando Vermelho, Bonde dos 13 (local) e PCC. As siglas criminosas digladiam entre elas por espaço territorial em bairros dominados pelo tráfico de drogas.
Imagem Dhárcules Pinheiro
Enquanto a guerra a acontece, a Polícia Militar, em meio ao cenário que parece ter fugido do controle do próprio Estado, tenta fazer o seu trabalho rotineiro, inclusive, com algumas prisões, mas nada disso vem sendo suficiente para controlar o avanço das facções criminosas no estado vizinho a Rondônia.
Em fevereiro, uma organização criminosa chegou a soltar um comunicado em que avisava a população que Rio Branco iria se transformar em uma praça de guerra. Nos três primeiros meses deste ano, o confronto entre faccionados já teve um saldo de 23 mortes, os dados são do Núcleo de Apoio Técnico (NAT), setor ligado ao Ministério Público do Acre. A capital Rio Branco lidera entre as mortes intencionais violentas, aponta o estudo.
Por outro lado, o governo do Estado não concorda com o avanço da criminalidade e explica que “o índice de homicídios até caiu nos primeiros quinze dias deste mês”. A queda, na visão do governo estadual seria de 25% quando comparada como março. Para o secretário de Justiça e Segurança Pública, José Américo Gaia, a redução da qual ele justifica seria atrelada a “um “esforço conjunto”.