O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta segunda-feira (24), em Maputo, o título de doutor honoris causa em ciência política, desenvolvimento e cooperação internacional concedido pela Universidade Pedagógica de Maputo. A cerimônia ocorreu durante a visita oficial pelos 50 anos das relações diplomáticas entre Brasil e Moçambique.
A honraria reconhece a contribuição brasileira para o avanço da educação e da ciência no país africano. Segundo o reitor Jorge Ferrão, mais de 30% dos quadros de alto escalão científico de Moçambique, entre mestres e doutores, formaram-se em instituições brasileiras durante cooperações firmadas nos governos Lula.
Ferrão destacou o impacto dessa formação na consolidação da capacidade acadêmica local e lembrou que a universidade mantém parceria contínua com instituições brasileiras. Entre os exemplos citados está o Projeto Sonho, lançado por Lula em 2012, que ampliou iniciativas de educação à distância voltadas a professores do ensino primário e secundário.
A universidade também recebeu, em 2024, cerca de 600 jovens de comunidades indígenas brasileiras, reforçando a troca acadêmica. Outro acordo, firmado com a Universidade Federal do Maranhão, prevê apoio moçambicano na formulação de conteúdos sobre história e cultura afro-brasileira.
Durante o discurso, Ferrão ressaltou ainda a atuação de Lula em defesa da justiça social e da reparação histórica. Para ele, a luta por dignidade alimentar e igualdade global tem projeção internacional.
“Educação é o melhor investimento”, diz Lula
Ao agradecer a homenagem, Lula reafirmou que investir em educação é essencial para combater desigualdades. Ele lembrou que políticas nacionais adotadas nos últimos anos seguem essa lógica.
“Educação não é gasto, é o melhor investimento que um governo pode fazer”, afirmou. O presidente disse que oportunidades de estudo abrem caminho para empregos melhores, autonomia financeira e dignidade.
Lula também destacou a importância do continente africano na formação da sociedade brasileira, citando os impactos de 300 anos de escravidão. Segundo ele, a cooperação internacional deve ser guiada por solidariedade, respeito e soberania.
“Não há democracia onde o povo não tem acesso ao conhecimento. E não há desenvolvimento quando riquezas ficam concentradas”, afirmou. Para Lula, garantir educação é transformar igualdade de oportunidades em realidade concreta.









































