O ativista nigeriano Olumide Idowu, diretor executivo e fundador da International Climate and Development Initiative Africa (ICCDI), criticou as soluções climáticas propostas para a África, classificando-as como ilusórias e inadequadas. Em entrevista à Agência Brasil na quinta-feira, 20 de novembro, durante a COP30 em Belém, Olumide cobrou uma voz forte e soluções que resolvam os problemas reais do continente.
O ativista, com experiência em nove COPs, defende que a África busca financiamento climático compatível com suas necessidades, mas sem mecanismos de apropriação territorial. “Já passou da hora de pararmos de falar e começarmos a implementar. Estamos falando há mais de 30 anos, e não parece que a mudança está acontecendo”, afirmou Idowu.
Protagonismo e Recursos
Olumide Idowu destacou que a África tem apresentado vozes proeminentes na COP30, buscando mudar a narrativa de como as questões ambientais são tratadas. Ele utilizou o ditado africano “Quando dois elefantes brigam, é a grama que sofre” para ilustrar o sofrimento do continente e defendeu que é hora de a África assumir o potencial de seus recursos.
“Não queremos créditos de carbono que resultem na apropriação de terras. Queremos financiamento climático que atenda às estratégias de adaptação e mitigação”, declarou o diretor da ICCDI. O Grupo Africano de Negociadores luta para que o continente seja ouvido pelo Norte Global e pelos países poluidores, que, segundo o ativista, devem pagar pelos danos causados.
Conexão com a Base e o Dia da Consciência Negra
O trabalho da ICCDI Africa foca em construir uma geração com consciência climática, reduzindo a distância entre comunidades locais e governos, atuando em temas como energia renovável, saneamento e agricultura. O ativista também mencionou a plataforma Climate Wednesday, que traz especialistas para discutir os problemas e levar as histórias às comunidades.
Em relação ao Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, Olumide Idowu fez um paralelo, afirmando que “preto é ouro” e celebrando a herança e a força do continente. Ele reiterou que a África é um continente cheio de oportunidades e busca investimentos, e não ser vista como um local de despejo. “Devemos passar da ambição para a ação, para alcançarmos mais — pela África e pelo mundo inteiro,” concluiu.











































